quinta-feira, 22 de outubro de 2015

               Refletindo:A Psicogênese da Língua Escrita

Introduzir a criança no mundo escrito,isto é,familiarizá-la com a cultura letrada é cada vez mais,tarefa de extrema relevância,porém permeada de questionamentos de pais e educadores.Algumas crianças descobrem a leitura e a escrita com um entusiasmo e facilidade surpreendentes e outras,apresentam muitas dificuldades ao longo do deste processo.
No contexto atual de nossa sociedade, a troca de informação e comunicação escrita é muito presente,porém,assim mesmo,percebe-se um grande número de pessoas analfabetas,ou ainda,analfabetas funcionais.
Emília Ferreiro ,psicologa,pedagoga e pensadora da educação,juntamente com Ana Teberoski,passou a ver com um novo olhar o processo de aquisição da leitura e escrita,A Psicogênese da Língua Escrita,nasceu no desejo de buscar a causa do alto índice de não alfabetização de crianças argentinas e mexicanas.
Fortemente baseada nas teorias de Jean Piaget,Emília Ferreiro iniciou seu trabalho não focando em que maneira os educadores ensinam,mas de que forma as crianças aprendem.Coloca que as crianças não tem que atingir uma certa idade para ser alfabetizada,mas devem ser estimuladas e apresentadas a cultura escrita desde muitos novas,para desenvolverem sua consciência fonológica e iniciarem seu processo de alfabetização.
O ponto principal desta teoria,que revolucionou de forma significativa a apropriação da leitura e da escrita,são as hipóteses das crianças sobre as palavras.Existem hipóteses de representação das palavras para as crianças e essas hipóteses,através da intervenção de um adulto alfabetizado,vão se desconstruindo para dar ideias a novas aprendizagens.
Toda a criança é capaz de aprender a ler e a escrever.
Ainda,é de suma importância lembrar,que um ambiente alfabetizador estimula e coloca a criança dentro da cultura letrada.Ela deve ver importância,sentido e significado na escrita e ser desafiada a aprender sempre mais.O "erro" é o caminho,processo de aprendizagem.
Repensar alfabetização e letramento é levar em conta,esse marco na educação,que é o trabalho de Emília Ferreiro.



         

HIPÓTESES DE ESCRITA:
Pré-silábica:A criança ainda não relaciona a escrita ao som,não utiliza letras ou utiliza sem relacionar com o som,sem relacionar a quantidade de letras.
Silábica:A criança começa a relacionar som as letras.geralmente representa uma letra para cada sílaba,a quantidade de letras é a quantidade de sílabas.
Silábica-alfabética:A criança passa a utilizar vogais e consoantes,passa a controlar o numero de letras que utiliza na escrita,passando a valorizar o valor sonoro das palavras,tem acréscimos e omissões de letras.
Alfabética:A criança passa a compreender o código escrito e a função social da língua,produz sílabas completas,porém deve aprimorar a ortografia convencional.  



"UM DOS MAIORES DANOS QUE SE PODE CAUSAR A UMA CRIANÇA É LEVÁ-LA É PERDER A CONFIANÇA NA SUA PRÓPRIA CAPACIDADE DE PENSAR"

EMÍLIA FERREIRO 







     

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

               O Pós-Modernismo e a Infância do Consumo 

A Modernidade,período da história da sociedade onde tudo tinha uma razão concreta de ser,onde caminhava-se para a transformação do mundo e se tinha esperança de futuro,de melhora ,de evolução.Tudo muito concreto,sólido,com prioridades definidas e futuro pré determinado.Segundo os pensadores,essa modernidade evoluiu e se modificou,surgiram novos pensamentos e perspectivas sociais,nascendo o que se denomina hoje de Pré-Modernismo.
Zigmunt Bauman ,coloca este pós-modernismo,como Modernidade Líquida,período em que tudo deixa de ser concreto,para se tornar variável.É o tempo da incerteza no futuro,da liberdade em todos os aspectos,do individualismo e das relações interpessoais leves e desligadas.
Enquanto a Modernidade se caracteriza pela produção,a Pós-Modernidade pelo consumo.
Antes,se o pai fosse médico,se estudaria medicina.Se o rapaz beijasse a moça,estaria a namorando.
Hoje,escolhe-se a profissão,e fica-se com vários cônjuges,sem ter compromisso.
Antes,caminhava-se para o futuro,hoje se vive o agora,apressadamente.Os tempos mudaram.

E trazendo este contexto para a infância...  
A mudança também é bem percebida.Antigamente,as crianças eram cuidadas pelos adultos,que tinham plenos poderes de escolha sobre seus hábitos e preferências.Se brincava muito,e se inventava as brincadeiras,tanto que inventar era melhor do que brincar.As crianças se juntavam nas praças,os brinquedos eram poucos,mas eram verdadeiros tesouros,assim como os amigos,que não eram tantos,mas fiéis.O que vemos hoje,são crianças a mil,ligadas em tecnologia,preferem os eletrônicos ás pracinhas,os amigos são muitos,mas distantes,os brinquedos aos montes,conforme a vontade,e o pior:os pais não tem tanto direito de escolha assim.
A pesquisadora Mariângela Momo,destaca em seus estudos,o poder da mídia e do consumo na infância pós-moderna. 
O consumismo hoje é extremamente exagerado.A roupa,o calçado,o material escolar,o brinquedo e até o jeito é "montado" pela moda do momento.A mídia formula os parâmetros em que os pequenos devem seguir,e a minoria que não se rende,coitados,são excluídos.
A liquidez das relações pós-modernas é unânime,mais valor a quem tem,menos valor a quem é.Assim como consomem tão rapidamente,também tendem a se relacionar,de modo efêmero e descartável.
Educar uma infância pós-moderna é resgatar valores,valorizar a verdadeira amizade e as relações pessoais reais.Mostrar que se deve acreditar no futuro e nas pessoas e que não se pode ser feliz sozinho.Para professores oriundos de uma educação moderna,compreender essa juventude livre e individualista ainda é um desafio,mas não uma impossibilidade. 


Gostei muito de ler este artigo de David Coimbra para o jornal Zero Hora,mostrando que dentro desta sociedade de consumo,ainda existe a valorização das riquezas verdadeiras.Confira!





segunda-feira, 5 de outubro de 2015

                    FREUD: O PAI DA PSICANÁLISE 

Sigmund Freud (1856-1939),médico neurologista,foi o maior pesquisador do funcionamento da mente humana de todos os tempos.Considerado o pai da psicanálise,pois acreditou,quando ninguém mais imaginava,que a mente humana não era apenas fisiológica,mas estava totalmente ligada ás emoções,desejos,sentimentos e sintomas físicos.
Começou seus estudos,tentando compreender uma doença que assombrava a neurologia da época,a histeria.Suas descobertas foram tão grandiosas que interferem até hoje em toda a sociedade,principalmente na educação,onde seu trabalho surge com grande impacto no conhecimento da mente infantil e nos estudos sobre a aprendizagem.
Freud descreve de maneira fantástica o desenvolvimento infantil por meio da sexualidade.Começando pela fase oral,onde a criança tem o prazer em sugar,a amamentação e toda a fase da satisfação infantil vinculada a boca,como o morder,levar objetos a boca,como nas fazes seguintes a essa.A fase anal,fálica,a latência e a fase genital.
O Complexo de Édipo,presente em nosso cotidiano,explica a forte ligação afetiva dos filhos pelas mães e das filhas pelos seus pais.
Freud passa a descrever a mente humana de maneira clara e óbvia em suas obras,falando do inconsciente,consciente e pré-consciente,partes de nossa mente,onde os desejos e sonhos são organizados cuidadosamente,para que possamos estar saudáveis e viver de forma equilibrada.As três instâncias psíquicas,id,ego e superego,em constante equilíbrio das vontades,desejos e convenções sociais em que vivemos.
O trabalho deste grande pensador,ainda é mais evidente,quando ele nos mostra os mecanismos de defesa,que atuam em nossa mente,para dosar,refrear ou proteger-nos do sofrimento excessivo e real ao qual somos submetidos todos os dias.A mãe que ao perder o filho nega a sua partida,o fingimento daquele que odeia,mas prefere fingir amar,a raiva que temos de um ser e descontamos sobre outro,as regressões e imitações que presenciamos por aí e assim por diante...
Conhecer a mente é saber educá-la, se conhecer é se respeitar e aceitar a condição humana,com seus error e seus acertos.Enquanto educadores,temos que respeitar a cada criança,saber que é um ser em desenvolvimento,e que é um ser cheio de desejos,sonhos,emoções que não é uma página em branco,mas é como um livro cheio de histórias,trajetórias e felicidades que a fazem um ser único e especial.E todas as vezes que os conflitos surgirem,entender que nada é em vão,mas que a mente humana está presente no comportamento e se manifesta de muitas formas.




                                                                 FREUD EXPLICA!!!!


    



Para saber mais sobre o Pai da Psicanálise,leia!Vale a pena!!

  

        Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro.
              Sigmund Freud







quinta-feira, 1 de outubro de 2015

                  AS INFÂNCIAS E A MÍDIA INFANTIL  

Pensar em infância,ou melhor,em crianças,é pensar imediatamente em brincadeiras,imaginação,fantasias e novas descobertas.
Ser criança é estar em crescimento,em construção da autonomia,dos  valores e em constantes aprendizagens.
Criança é o pequeno ser humano que depende de um adulto autônomo e responsável,que lhe proporcione os cuidados necessários a sobrevivência e desenvolvimento saudável.E aí está o relevante papel dos pais,avós,cuidadores e educadores em respeitar e proteger estas crianças.
Embora o conceito de infância tem se tornado diverso devido ás bruscas mudanças da sociedade atual,e coloco isto não pensando em conceito etário,a criança de zero a doze anos,mas pensando em algo mais abrangente,como é e como pensa esta mesma criança,ainda se tem esta pequena pessoa como um ser em especial em nossa sociedade atual.
Neste semestre,fomos convidados a refletir,na interdisciplina Infâncias de 0 a 10 anos,o conceito de infância,como essa criança é vista em nossa sociedade atual,o que se pensa oferecer e ensinar a ela e em que adulto se transformará?
Vamos refletir esses tópicos através de algo muito presente e muitas vezes questionável,a mídia destinada ao público infantil,mais especificamente a televisão,veículo de soberania total em nossos dias atuais,
Vivemos em uma cultura totalmente consumista,infelizmente ter é mais importante que ser,e mais é mais importante do que melhor,onde se consome de forma absurda ou se sofre absurdamente por não poder de consumir.
Nas classes mais favorecidas,se percebe o impacto do mercado do consumo infantil: brinquedos do momento,roupas da moda,alimentos saborosos e cheios de surpresas.A sedução começa nos pais que cedem aos desejos dos filhos...Em contrapartida,nas classes menos favorecidas,existe a frustração de não ter tudo o que a tv ordena ter.
Tudo isso sem uma análise mais reflexiva das reais necessidades da criança em formação.
A poucos dias meu filho mais velho,Samuel,me questionava tristemente o porquê de eu não comprar um achocolatado que  dava forças para o esporte(Nescau),após ver a mídia mostrar um menino que vira um sofá.As crianças tendem a acreditar piamente naquilo que veem.O desejo louco de adquirir a massinha colorida Amoeba,devido a sua propaganda original com uma musiquinha que pega no ouvido e  de comer o incrível Danoninho,com sete vitaminas,capaz de substituir o consumo de carne.
Que tipo de criança se educa assim?Ou que criança é essa que consome tais coisas?
Cada vez mais vivemos o consumo despreocupado com a alimentação saudável,com as aprendizagens significativas,a construção de valores ou pelo menos,com as reais necessidades deste público.Sem falar na adultização desnecessária presente na mídia infantil.E as questões de gênero?Onde o rosa e o azul,o herói e a princesa, a fraldinha masculina e a feminina erguem as barreiras divisórias entre os sexos.
E pensar nos meus tempos de criança,onde os desenhos animados eram bem inocentes e todo mundo só queria mesmo era uma bicicleta...
Muito a se refletir,Como pais e educadores devemos saber conduzir a criança neste mundo comercial,estabelecendo as necessidades,elencando as prioridades,lembrando da sustentabilidade e construindo valores.




 

MAS NÃO DÁ PRA GENERALIZAR,GOSTEI MUITO DA PROPAGANDA DE UM PÃO QUE MOSTRA CRIANÇAS BRINCANDO,PRODUZINDO,SE DIVERTINDO E FAZENDO TRAQUINAGENS...BEM LEGAL!