domingo, 26 de junho de 2016

                             Quando o brincar é cultura 

 
Junho é o mês das tradicionais festas juninas Brasil á fora!
O maravilhoso destas festas que fazem parte da cultura popular é a riqueza de aprendizagens nelas contidas.
As festas que homenageiam aos santos do mês de junho,Pedro,Antônio e João,nasceram no interior,nas plantações,festejando as ricas colheitas de milho,arroz,uva,amendoim...daí as deliciosas comidas típicas:rapadura,cocada,bolo de milho,pipoca,quentão,canjica...
A alegria maior é vestir xadrez,vestido de chita,chapéu de palha,fazer pintinhas no rosto.
Nestas festas,a riqueza das musiquinhas folclóricas alegram o ambiente e trazem consigo,além da melodia animada e dançante,os elementos culturais deste evento,como as bandeirinhas,os santos,o balão junino e as lindas quadrilhas...Olha a cobra!É mentira!
A ludicidade junina traz valores e fortalece a cultura.As tradicionais brincadeiras Pescaria,Corrida do Saco,Tiro ao Alvo,Boca do Palhaço,prendem as crianças em uma diversão que as permite explorar o corpo,concentrar-se,equilibrar-se,vivenciar o acerto e o erro,esperar sua vez e ganhar seus brindes.Esse exercício de valorização da cultura e da diversão é um dever valioso da escola,momento de receber a comunidade escolar e resgatar a integração das famílias e nas famílias.
Tenho percebido,que ás vezes,algumas escolas perdem esse tão precioso desafio,e encaram os festejos tradicionais e culturais escolares como árduas obrigações ou como fontes de lucro...Que não seja assim,mas que a escola continue promovendo o encontro da diversão com as aprendizagens,conhecimentos e cultura!!!



   Capelinha de Melão,
É de São João,
É de cravo, é de rosa,
É de manjericão.

São João está dormindo,
Não me ouve não,
Acordai, acordai,
Acordai João.

Atirei rosas pelo caminho,
A ventania veio e levou,
Tu me fizestes com seu espinhos,
Uma coroa de flor.

Capelinha de Melão,
É de São João,
É de cravo, é de rosa,
É de manjericão.


                     A LÍNGUA E A LEI 

                      

A Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS,oficialmente reconhecida como meio de comunicação e expressão da comunidade surda brasileira,pela lei 10.436 de 24 de abril de 2002,é a marca da identidade e conquista social da cultura surda.
A Lei de Libras,além de reconhecer a Língua Brasileira de Sinais como uma língua oficial,regulariza seu uso e difusão.Este decreto contém ainda,o dever do poder público de garantir o atendimento e tratamento adequado do surdo,assim como prevê que os sistemas educacionais capacitem os educadores para a educação da comunidade surda e ressalva que LIBRAS não substitui o uso da língua portuguesa,sendo assim,podemos interpretar que aceita uma educação bilíngue.
Infelizmente,a legislação vigente atua de forma desvinculada da realidade.Infelizmente a LIBRAS é pouco divulgada e não reconhecida pelas pessoas em geral como uma língua oficial.Hoje,uma criança surda em idade escolar,ao invés de ser familiarizada com a língua de sinais,é submetida a uso de implantes,cirurgias e exercícios de fala em escolas tradicionais,com professores,que ao contrário do que prevê a lei,seguem despreparados para educa-la.As políticas públicas não garantem tratamento e acessibilidade adequada a comunidade surda.
No mesmo decreto,encontramos as palavras surdo e deficientes auditivos,como se fossem palavras de mesmo significado.
A lei de libras é uma vitória da comunidade surda,mas algumas colocações ainda estão no papel.
O surdo é um cidadão de direitos e deve ser respeitado dentro da sua cultura e identidade própria,visto como um ser capaz e autônomo e não um deficiente,parte integrante e ativa da sociedade.



Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.

 Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.

Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente.



domingo, 19 de junho de 2016

                                             POESIA NA SALA DE AULA

            "SEM LIVROS,DIFICILMENTE SE APRENDE A GOSTAR DE LER."
                                                     RUTH ROCHA

   
    Trazer a literatura para a sala de aula é indispensável para a formação de leitores apaixonados.Em especial,oferecer a mágica da poesia durante as aulas  é algo emocionante,pois a poesia vai além da simples linguagem escrita,envolvendo emoção e prazer na leitura.
Geralmente,em minhas turmas,tanto de educação infantil,como em anos iniciais,o livro infantil,com suas histórias e belas gravuras esteve sempre presente,como instrumento de deleite e de aprendizagem.Já a poesia,sempre apareceu menos em minhas aulas,não sei dizer exatamente o porquê.
Neste eixo do curso de graduação PEAD/UFRGS,na interdisciplina Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem,temos vivenciados momentos de significativo encontro com a linguagem poética,despertando assim,maior desejo de multiplicar a emoção da poesia.
Então,nesta semana,motivada pelas aprendizagens acadêmicas,levei para os meus pequeninos alunos da educação infantil,uma rica poesia.Claro,que já havia trabalhado poesia em sala de aula,mas desta vez,com maior significado e buscando explorar muito mais a poesia,construindo não só as habilidades e objetivos pedagógicos daquele planejamento,mas principalmente,engajada em desenvolver maior gosto pela leitura.
O resultado foi muito satisfatório,pois os alunos se envolveram pela linguagem rimada,sonora,quase musical da poesia,e apesar de sentirem falta das gravuras e do objeto livro em sí,perceberam a importância de ouvir e atentar as brincadeiras contidas nas palavras lidas.O ouvir,o oralizar,o reproduzir e interpretar a poesia é um conjunto de diversas aprendizagens que se constituem.Poesia é aprendizagem e prazer!


Identidade
    
   Às vezes nem eu mesmo 
sei quem sou.
às vezes sou.
"o meu queridinho",
às vezes sou
"moleque malcriado".          
                           
Para mim
tem vezes que eu sou rei,
herói voador,
caubói lutador,
jogador campeão.
às vezes sou pulga,
sou mosca também,
que voa e se esconde
de medo e vergonha.
Às vezes eu sou Hércules,
Sansão vencedor,
peito de aço
goleador!
Mas o que importa
o que pensam de mim?
Eu sou quem sou,
eu sou eu,
sou assim,
sou menino.
             Pedro Bandeira 


Trabalho auto-retrato,feito pela minha turma de educação infantil após a exploração da poesia Identidade,de Pedro Bandeira





domingo, 5 de junho de 2016

                  A Evolução do Jogo Infantil 


 
"A INFÂNCIA É O TEMPO DE MAIOR CRIATIVIDADE NA VIDA DE UM SER HUMANO"
JEAN PIAGET 

                  
O brincar e a criança são tão semelhantes que parecem ser uma única coisa.Brincar,jogar e se divertir faz parte da infância e seu desenvolvimento.Como temos visto nos estudos da interdisciplina  de Ludicidade do curso de pedagogia PEAD/UFRGS,brincar é muito sério,pois através da brincadeira a criança se expressa,interage com o meio e seus pares e aprende.
Em relação aos jogos especificamente,Jean Piaget nos coloca,que as crianças interagem e se desenvolvem jogando,e que jogam de acordo com seus estádios de desenvolvimento psicosocial,de acordo com a epistemologia genética.
No estádio sensório-motor,de 0 a 2 anos,se percebe os jogos de exercício,onde a ludicidade está na repetição de ações realizadas pelo bebê,como jogar várias vezes um objeto no chão para ver o adulto buscar,ou esconder-se e aparecer novamente,tirar e colocar um acessório ou olhar e parar de olhar para uma direção ,por exemplo.
Já no estádio pré-operatório,de 2 a 7 anos,surgem os jogos simbólicos,onde simboliza o que vivencia ou vê através da imitação,geralmente imitando algo que não está presente ou refazendo uma cena que já aconteceu(imitação diferida).Nesta fase a imaginação da criança é simbólica e é muito comum a substituição de objetos por outros,como um graveto que vira espada,um tecido que vira bebe ou uma caixinha que vira um carrinho.
Nas crianças maiores,de 7 a 11 anos,estágio operatório concreto,o jogo simbólico passa a dar lugar a maior racionalidade,quando é comum os jogos de regras,onde a cooperação e as relações sociais estão em pleno desenvolvimento e a criança reconhece as regras como leis importantes,que dependem de um consentimento geral para serem mudadas.O pensamento e o jogo simbólico sempre estarão presentes na vida de um sujeito.
As regras estão presentes na infância,primeiro de forma motora,onde o bebe realiza suas ações dentro de suas habilidades,sem utilizar a linguagem e a imposição do adulto.Depois passa a reconhecer e a conviver com as regras impostas pelos adultos e já maiores tendem a respeitar e valorizar as regras em seu cotidiano.
Piaget em seus estudos sobre o desenvolvimento infantil,percebeu que a criança está sempre em evolução e que as fases deste desenvolvimento acontecem sucessivamente se complementando e que o surgimento de um estádio não implica no desaparecimento de outro.
Conhecer o desenvolvimento infantil e a relevância dos jogos e brincadeiras em seu processo de aprendizagem é de extrema importância para meu trabalho em sala de aula e minha formação docente.