domingo, 29 de maio de 2016

                       Perguntando é que se Aprende 

   

 Não restam dúvidas de que o que move as descobertas e as aprendizagens são as perguntas e não as respostas,ao contrário do que seria provável e lógico de se imaginar.No terceiro eixo do curso de graduação em Pedagogia PEAD/UFRGS,o tema desenvolvido pela interdisciplina Seminário Integrador III,foi a elaboração e construção dos Projetos de Aprendizagem a serem desenvolvidos em sala de aula,voltados á pesquisa,onde o professor é o mediador e motivador da busca pelos saberes e o aluno tem um  papel totalmente ativo no  processo,pois é o agente questionador e pesquisador,construindo suas aprendizagens.''Ensinar não é transferir conhecimentos,mas criar as possibilidades para sua própria construção''(Paulo Freire,1996).
Partindo desta muito rica proposta do curso,fomos,nós graduandas, convidadas a questionar, isto é,fazer perguntas,questões que gostaríamos de desvendar.E o resultado foram muitas perguntas, as quais dariam ponto de partida aos projetos de pesquisa. 
Realmente,se refletirmos sobre a importância das perguntas e o poder que elas tem de nos levar a pensar,repensar,analisar,pesquisar e aprender,daríamos muito mais oportunidade a busca das respostas das perguntas dos nossos alunos,filhos e de nós mesmos.Quão importante é construir um conhecimento buscando,através da pesquisa,da observação e investigação,a simplesmente receber uma resposta pronta.[...o educador,de modo geral,traz a resposta sem lhe terem perguntado nada...](Freire,Fundez,1985).

Desde pequena, ouço que devemos falar menos e ouvir mais,pois temos uma só boca e dois ouvidos e que ainda,as orelhas se parecem com interrogações,para que tudo aquilo que escutamos possa ser  questionado.As crianças perguntam para conhecer,nós perguntamos o tempo todo para nos sentirmos seguros,o padre pergunta na cerimônia de casamento,o juiz pergunta no tribunal e Jesus,nosso Senhor e Mestre,por diversas vezes,quando iria realizar um milagre,perguntava: -O que queres que eu te faça?

Jean Piaget, nos mostrou através de seus estudos sobre o desenvolvimento infantil,que a criança aprende através de seu relacionamento com o meio.No período pré-operatório,fase em que a criança tem um pensamento simbólico,criando imagens mentais de objetos ou pessoas que não estão presentes,observam e sentem muito mais estímulos do que podem
 explicar, passam  a vivenciar e reconhecer as regras e combinações,e sua curiosidade com o que a cerca aumenta,é a fase dos porquês.Nesta fase sentem-se atraídas por brincadeiras desafiadoras e jogos que envolvam regras e memorização.
Logo após,começam a assimilar as situações abstratas concretizando-as,a partir de situações,objetos ,brinquedos,e começam a desenvolver noções de número,ordem,conceitos simples.É o estádio operatório concreto se iniciando. 
É neste processo de desenvolvimento que as perguntas estão em alta,a curiosidade e a capacidade de imaginação  instigam o conhecimento,que as crianças passam a buscar durante toda a trajetória escolar.

Que as perguntas tão despertadoras de saberes estejam presentes em todos os processos de busca pelo conhecimento em nossas salas de aula.E que nós educadores,possamos permitir aos nossos alunos aprenderem a aprender,partindo de suas muitas perguntas,mostrar o caminho da busca e construção das aprendizagens.

Perguntar não ofende.Perguntando se aprende!!



 Gosto muito desta música ''Oito Anos'' de Adriana Calcanhoto.Nela,estão perguntas feitas pelo filho da cantora Paula Toler,Gabriel,de oito anos,muito questionador,no seu processo de curiosidade e de aprendizagem...Ouçam!!Muito legal!!


  




   



domingo, 22 de maio de 2016

               LIBRAS: Uma língua e muitas reflexões

 

"A identidade adquire sentido por meio da linguagem e dos sistemas simbólicos pelos quais elas são representadas" (Woodward,2012)

Após a primeira aula da interdisciplina de LIBRAS na UFRGS e a leitura dos textos sugeridos dentro desta temática,percebí,perplexa,que eu,mesmo sendo educadora e estando em sala de aula já a algum tempo,desconhecia a realidade da cultura muda existente e ainda,alimentava ideias muito errôneas sobre este  assunto de extrema relevância a todas as pessoas.
Não sabia,por exemplo,que os surdos tem um sinal que o representa,familiar,característico.
Para mim,até então,o mais educado era usar o termo deficiente auditivo ao invés de mudo.Acontece,que as pessoas mudas lutam para serem vistas, não como pessoas incompletas ou deficientes,mas pessoas diferentes sim,mas inseridas dentro de uma cultura própria,muito rica,isto é ,uma identidade.
"...a mudez é ligada a ausência ou algum comprometimento do orgão fonador.Então muitos surdos não tem problema com o orgão fonador e sim(nem todos)com a falta de retorno auditivo,mas isso não importa,porque,os surdos,culturalmente,falam com as mãos e ouvem com os olhos..."(apostila de Libras,UFRGS,2014).
A Língua Brasileira de Sinais(LIBRAS),que antes eu via como um conjunto de gestos usados pelas pessoas surdas para se comunicarem,é muito mais do que isto.LIBRAS é uma língua da comunidade surda de uso universal e reconhecida como língua oficial,assim como um idioma estrangeiro,por exemplo.A luta pelo seu reconhecimento é uma grande vitória da comunidade surda e a marca principal de sua identidade.Essa língua,o respeito a diversidade e o reconhecimento do surdo como cidadão capaz e não como um deficiente são o foco principal destas reflexões.
Nós educadores,temos emergentes necessidades de formação para o atendimento especializado e para obtermos conhecimentos básicos da cultura surda e da educação num panorama de diversidades.Neste ponto,passamos a repensar a escola inclusiva.Como acontece e como o surdo se desenvolve por meio de uma educação tradicional inclusiva?Suas necessidades seriam solucionadas?Estaria realmente incluído em meio a uma educação ouvinte?
"...os estudantes surdos aprendem mais e melhor em escolas bilíngues..."(Capovilla,2011)
Outra aprendizagem de muita valia nestes estudos,foi compreender a importância da educação bilíngue para as crianças surdas.Estamos vivendo em uma época em que só se pensa em incluir as diferenças a qualquer custo.A proposta da inclusão nas escolas tradicionais cae por terra,quando se percebe e desestrutura destas instituições para esta demanda.A escola tradicional não é capaz de encontrar as reais necessidades da educação da criança surda e nem seus professores possuem esta formação.A escola bilíngue vem ao encontro desta criança,trazendo a sua língua de identidade e a língua portuguesa,onde a criança se desenvolve com seus pares.
A luta dos surdos pelo direito a educação bilíngue mostra a força e o quanto esta comunidade é capaz e ativa em nossa sociedade.  

 


 

domingo, 15 de maio de 2016

          Quando a brincadeira gera renda...


Esta charge tem o objetivo de chamar a atenção para a questão do trabalho infantil.Mas parece tratar o assunto de maneira  cômica e de forma racista.

Na interdisciplina de Ludicidade,temos discutido e refletido a respeito da importância do brincar para o desenvolvimento infantil.O brincar,o jogar,o vivenciar as regras e o faz de conta,permitem á criança desenvolver valores e adquirir saberes,importantes,inclusiva a vida adulta.
Nesta semana,ao discutirmos sobre a temática da ludicidade infantil,assistimos a dois curtas da internet que trazem as questões relacionadas ao jogo e as brincadeiras,mas também nos faz refletir sobre um importante tema,presente ,infelizmente,em nossa sociedade atual,que é o trabalho e a exploração infantil.
No Brasil, tem crescido nos últimos anos, o número de crianças,que devido a forte crise econômica,deixam de vivenciar a infância em sua totalidade,para ajudar suas famílias no sustento diário,principalmente em classes minoritárias.Não estão brincando ou na escola,mas estão nos sinais vendendo objetos,catando lixo seco para reciclagem ou fazendo favores nas ruas em troca de trocados.Ainda outras,trabalhando de forma escravista.
Mas como sabemos,as crianças tem necessidade de brincar,de jogar,de interagir com os objetos e seus pares para que se desenvolva.
Mesmo crianças em situações de vulnerabilidade social,brincam o tempo todo.Nem sempre tem brinquedos,nem sempre tem tempo,mas não deixa de fantasiar,de criar e usar a imaginação,mesmo em atividades de trabalho adulto,acham,de sua maneira,um jeito de brincar.


Tomara,que nossas crianças consigam vencer os desafios desta sociedade tão desigual e injusta.Que as crianças sejam vistas,respeitadas e defendidas,e que tenham o direito de viver a infância em sua plenitude,brincando como criança brinca! 


                                  

            "AS CRIANÇAS NÃO BRINCAM DE BRINCAR,BRINCAM DE VERDADE"
                                                   MÁRIO QUINTANA
  
                 


domingo, 8 de maio de 2016

                      O PROFESSOR E SUA VOZ 

Impossível imaginar a atuação de um professor sem sua fala,seu canto,sua voz.
Um assunto de extrema importância abordado na interdisciplina de Música na Escola,são os cuidados que os profissionais da educação tem com sua voz e as consequências do mau uso deste precioso instrumento de trabalho.
Pessoalmente,antes dos estudos e debates a respeito deste assunto,nunca tinha dado relevância aos cuidados com minha voz.
Costumo falar muito durante as aulas,muitas vezes,usar o volume bem mais alto do que o normal,e por se tratar de uma turma de educação infantil,também canto com as crianças e utilizo muito a voz na contação das histórias,não bebo muita água e sei que não tenho uma educação vocal adequada.
Pretendo observar e ter mais cuidado,com este que é um instrumento básico de trabalho.
A maioria dos professores não tem cuidados básicos com a voz.
O grande número de alunos,indisciplina dos mesmos,falta de tempo,longas jornadas de trabalho,muitas vezes,em ambiente desfavorável podem trazer graves,e até,irreversíveis problemas vocais.




                         Amados colegas educadores:Cuidemos de nossas vozes!!!


Professores e cuidados com a voz 

Reportagem:Professora afastada por problemas vocais
  

domingo, 1 de maio de 2016

                                      OS JOGOS 

 
Segundo historiadores,jogar é uma atividade desenvolvida pelo homem desde muito tempo,em civilizações antigas,inclusive,sem uma idade definida para os participantes.Jogos que eram atividades de nobres,ou serviam de ritos de passagem,estão fazendo parte do desenvolvimento humano faz tempo.Conta a história,que a igreja católica chegou a abolir a prática de jogos por considerar pecaminosa.
Philippe Aries,traz os primeiros relatos de jogos voltados ás crianças,como fonte de entretenimento e relaxamento na escola.
Para nós,educadores,não há dúvida,da importância do jogo no desenvolvimento infantil.É jogando que a criança interage com seus pares,vivencia a necessidade de criar estratégias,respeita dua vez,cumpre regras,ganha e perde e de maneira prazerosa aprende e testa conhecimentos diversos.As relações de responsabilidade,honestidade  e humildade aparecem nos jogos infantis,assim como a construção da autonomia e dissolução do egocentrismo,tão presente nas etapas da infância.
Os jogos motores,cooperativos e competitivos desenvolvem nas crianças,além de inúmeras aptidões na area física,valores essenciais para sua convivência escolar,e assim para sua vida.
Jogar é um ensaio para a vida real.
Acredito que as escolas e educadores devem investir e mobilizar seus alunos à prática de jogos de diversas categorias,motivando-os a aprender e buscar aprimorar-se nos jogos e competições escolares.A sala de aula deve ser um local de constante ludicidade em todos os momentos,principalmente para fixação de conteúdos.
Infelizmente,os jogos também podem ser nocivos se usados de forma errada...percebemos em nossa sociedade atual,alguns graves problemas ligados ao uso excessivo de jogos ou jogos com temas inapropriados.Como é o caso de pessoas viciadas em jogos ou,por exemplo,a recente polêmica do jogo Charlie,Charlie.
  Também concordo em afirmar que os adultos devem estar dispostos a participarem de jogos familiares,competições esportivas,jogos de com amigos e jogar para se divertir tanto quanto puderem.Pois nos desenvolvemos e aprendemos com a interação por toda a vida.
Que gostoso passar na Rua da Praia e ver aqueles velhinhos se divertindo com seus jogos de dama!