sexta-feira, 26 de junho de 2015

   MODELOS PEDAGÓGICOS E EPISTEMOLÓGICOS 


Os modelos de ensino e aprendizagem baseados na epistemologia genética de Jean Piaget,defendem a importância da construção do conhecimento pelo aluno,a partir de suas interações  com o meio e com o professor.O aluno constrói suas habilidades e competências a partir de suas estruturas mentais que se chocam com as novas informações,construindo e reconstruindo os saberes.O objetivo do  professor é formar sujeitos pensantes,críticos e capazes de reinventar os conhecimentos.

Segundo o professor de psicologia da educação FACED/UFRGS Fernando Becker,existem três fortes modelos de representar a relação ensino e aprendizagem:

Pedagogia Diretiva: O professor transmite o conhecimento,decide,dita. O aluno copia,executa e aprende.O conteúdo é o conhecimento.Age de forma empírica.A ideia principal é que o aluno só aprende se o professor ensinar.

Pedagogia não-diretiva:O professor é apenas o facilitador do aluno.Este já vem com uma herança genética de saberes,que precisam ser lapidados, organizados,  o aluno sempre aprende,o professor o auxiliar na tarefa de despertar o conhecimento que existe nele.Postura apriorista.

Pedagogia Relacional: O professor é o problematizador das ações. O aluno irá aprender a partir de boas condições de aprendizagem,interação com o ambiente e e colegas,exploração de materiais diversos e concretos e questionamentos pertinentes,sempre construindo e reconstruindo seus saberes através de processos de  aprendizagem(assimilação,acomodação...).Teoria do Construtivismo.










                               CORPOREIDADE 







Uma das boas aprendizagens que tive no curso de graduação PEAD/UFRGS foi a respeito da corporeidade humana.Já trabalhando com crianças há muito tempo,de diferentes faixas etárias,em diferentes escolas,e ainda,sendo mãe,nunca tinha pensado sobre o funcionamento do corpo e da mente em conjunto,pois tinha esta ideia de separação,de funcionamentos distintos. 
A ideia de que um homem é composto por um corpo e uma mente,veio de um senso comum,oriundos  de pensadores importantes,como Descartes,por exemplo.Para eles o homem possui uma mente que comanda um corpo.
Após estudos e reflexões sobre este tema,sabe-se que o homem é formado por um conjunto funcional complexo,a  corporeidade, isto é, seu corpo e sua mente juntos expressam  sentimentos, sentidos e  emoções.
O cérebro humano é um orgão de magnitude incrível,a linguagem,nos permite uma grande vantagem em relação aos outros animais,que é a possibilidade da comunicação,os sentidos,responsáveis pela interação com o mundo, e as emoções e os sentimentos fazem de nós seres humanos completos.Assim a mente não possue o corpo,mas manifesta-se através de um corpo.

" É no e através do corpo que se age no mundo e vice-versa,estou imediatamente ativo no meu corpo"
                                              (Dantas)

"A humanidade do homen se confunde com sua corporeidade"
                                                   (Santin,1987)

Deixo  um vídeo,do meu filho mais velho,Samuel,com um ano,começando a caminhar,a se erguer,balbuciando seus primeiros sons.Aqui desenvolvendo a sua corporeidade:






  

                     PENSANDO SOBRE CULTURA... 

 

 



                            

Quando pensamos em cultura, logo nos vem a ideia de diferentes raças,diferentes línguas, costumes e as boas  datas comemorativas, que trabalhamos nas nossas escolas com muita alegria todos os anos,mas com pouca reflexão sobre a essência da cultura,sua preciosidade histórica e  social.A cultura é o processo de produção da existência humana.
No texto de Marilena Chauí,Cultura e Democracia,  a cultura aparece como direito de todos.
 Devemos perceber que existe entre nós,segundo a minha reflexão,dois tipos de cultura.Aquela que é democrática,de acesso a todos,que valoriza as diversidades e busca a igualdade social,valorizando as origens históricas e folclóricas no contexto da sala de aula.E uma outra cultura, ruim,que está arraigada, infelizmente,na sociedade, que é a cultura do preconceito,dos paradigmas,do pobre e do rico, do negro e do branco e assim por diante.
 O papel da escola é promover a cultura da igualdade de condições,da valorização cultural,do respeito às diferenças, que ser é melhor que ter.
   Vivemos em um país,onde a cultura é só para quem pode,uma cultura não refletida,que já vem pronta nos meios de comunicação,vira entretenimento.Onde se valoriza o índio só em abril,e o negro só em novembro,e pior,este índio continua nu e esse negro continua escravo.
Cultura é muito mais do que isto. É vivenciar e valorizar a pluralidade cultural no planejamento escolar,nas vivências e aprendizagens do ano inteiro,é refletir,é agregar valores,é quebrar paradigmas!


     
                       
                             E o lápis cor de pele????   
 Quando eu era criança,na escola,era muito comum esta função de se pedir emprestado o lápis cor de pele...era rosa,meio bege.Que pele tem essa cor?Nem se percebia,mas estava ali um padrão incoerente para crianças de um país miscigenado.
 Outro dia,tive a bela surpresa de ler uma reportagem sobre um projeto realizado dentro desta temática,inclusive com a criação de um estojo que contempla os tons de pele reais que conhecemos.
  Muito especial e moderno,principalmente pra mim que nem brinquei com bonecas negras...





                                                                                      








sábado, 6 de junho de 2015

   RELEMBRAR É VIVER: ESCOLA OLINTHO DE OLIVEIRA

 Nos anos de 2011 até 2013 trabalhei na Escola Estadual Olintho de Oliveira, uma escola de ensino fundamental,situada no bairro Cidade Baixa em Porto Alegre. É uma escola pequena, mas muito comprometida com a educação. A metodologia da escola, assim como seu PPP, é baseado no desenvolvimento dos projetos de trabalho, autonomia e construção do conhecimento. Foi um tempo de grande aprendizagem na minha carreira docente, por isso, fiz questão de compartilhar aqui!
Vai aqui alguns projetos que fizemos...








  




quinta-feira, 4 de junho de 2015

                                    
       
                                MÉTODOS GLOBALIZADOS X ENSINO TRADICIONAL

       "Os conteúdos disciplinares são imprescindíveis, mas não são a base para decidir a sequência didática em sala de aula"  (Antoni Zabala) 



     As discussões sobre as metodologias utilizadas em sala de aula são comuns e permeiam  todos os espaços escolares. Ensinar da melhor forma, buscar a maneira que o aluno aprende e garantir a aprendizagem significativa é o ideal de todo o  educador. O fazer pedagógico de cada professor está embasado não só na sua formação, mas muito mais nas suas vivências, realidades e motivação profissional.
     Zabala nos coloca em seu texto Respostas do Ensino à Dispersão do Conhecimento: Esclarecimento Conceitual ,que ao se trabalhar com os métodos globalizados, isto é, os projetos de trabalho globais, centros de interesse e outros sistemas complexos, o objetivo direto não é aprender os conteúdos disciplinares, mas o de alcançar o objetivo de conhecimento ou de elaboração do objeto de estudo. Utilizar um enfoque globalizador de ensino é utilizar os conteúdos como meios para conhecer ou responder questões de uma realidade experimental.
     Ao refletir sobre este tema em minha experiência docente, concordo com o autor, no sentido de que ao trabalhar com os métodos globalizados o aluno é o centro da aprendizagem e o professor o conduz pelo caminho da provocação e das descobertas. Eu, particularmente, adepta dos projetos de trabalho, considero que, assim como a vida em geral, a aprendizagem não pode ser segmentada, mas deve abranger os conhecimentos e estabelecer relações entre sí, e principalmente, assumir um caráter investigativo. O professor  é o motivador deste processo, as aulas devem sempre ter dinâmicas e estratégias bem elaboradas, visando a construção dos saberes. E os conteúdos, claro, também devem estar bem presentes nesta construção.
    Agora, devemos refletir e repensar, o que chamamos de ensino tradicional. Percebo, que nasce aí um novo paradigma. O conteúdo, trabalhado de forma isolada, sem estabelecer ligação com os outras áreas do conhecimento, são ,sem dúvida, algo negativo a aprendizagem. Assim como, um educador que não reflete sobre sua prática. Mas não é por isso, que devemos radicalizar. Usar o livro didático,  utilizar cópia de  um texto, elaborar uma aula expositiva dialogada ou permitir que os alunos resolvam "continhas" matemáticas, por exemplo, podem ter um aproveitamento cognitivo muito grande para a aprendizagem, se fizerem parte de um processo, estabelecerem interações e forem planejadas e refletidas pelo professor e não somente "jogadas" a eles dia após outro. Enfim, o foco está em como a aprendizagem é pensada, refletida e concebida por aquele que é o mediador da aprendizagem.

  O PROJETO 1,2,3 E  LÁCTEOS FOI UM PROJETO DE ALIMENTAÇÃO E SAÚDE  LANÇADO  PELO GOVERNO FEDERAL EM 2013,COMO INCENTIVO AO TRABALHO BASEADO NA GLOBALIZAÇÃO DE CONTEÚDOS EM SALA DE AULA.A PARTICIPAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS PELOS ALUNOS FOI MUITO GRATIFICANTE.AMEI PARTICIPAR TAMBÉM.CONFIRAM:

                   http://123elacteos.com.br/sustentabilidade-e-o-tema-da-vez-na-eeef-tres-de-outubro/

                  



  




segunda-feira, 1 de junho de 2015

               Projeto Político Pedagógico:Pensando melhor...

     Durante minha trajetória docente,este termo,projeto político pedagógico,surgiu diversas vezes.Geralmente nas reuniões de início de ano letivo.Ás vezes para ser analisado e discutido,outras para ser refeito pelo grupo,e até para ser criado.Claro que já passei por várias escolas,cada uma com suas peculiaridades.
     Até me lembro,certa vez,que foi colocado ao grupo de professores que não existia mais o PPP e sim,somente o PP,pois este projeto era pedagógico e não tinha nada de político.Outra vez,em uma escola municipal infantil,foi feito uma grande pesquisa com a comunidade,com seus anseios e preocupações,para aí sim adaptar o PPP.
   Enfim,muito vivenciei o tema,mas no papel,na construção e elaboração,mas pouco na prática da escola.
     O texto que trabalhamos,Educação para a Diversidade,me trouxe um olhar mais atento sobre este assunto. As questões legais,como o direito à educação,acesso e permanência na escola,conclusão e qualidade fazem deste documento um apoio legal aos educandos e a comunidade escolar.A desigualdade vista com tamanha responsabilidade,assim como,a convivência social,participação,autonomia,democracia e os direitos humanos que devem permear o currículo são a base para o desenvolvimento da escola e suas aprendizagens.
      Sabemos que este documento escolar de suma importância nem sempre é levado à sério ,ou muitas vezes,não reelaborado não atinge as necessidades da escola,ou então,pior não existe.
       Neste momento de reflexão,pude analisar o documento da escola em que atuo no momento.Esta por sua vez,tem um projeto político pedagógico pastoral muito abrangente,por se tratar de um documento de rede escolar de confissão católica.Muito bem elaborado,contendo as prioridades educacionais e os direitos à educação,porém muito estanque,sem participação docente e com valorização própria.
      O mais rico foi poder analisar diferentes PPPs e perceber as diferentes objetividades e peculiaridades de cada instituição de ensino.