domingo, 6 de novembro de 2016

                      QUANTO TEMPO TEM A ESCOLA? 

 

Cortar o Tempo

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias?
a que se deu o nome de anos,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão pra qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui pra diante vai ser diferente.
Drummond  


Parando para pensar em algo muito relevante...Como gerenciamos o tempo em nossas escolas?Nós,educadores o aproveitamos da mesma forma que nossos alunos?


Em relação ao uso do tempo na sala de aula,a realidade dos professores e dos  alunos é buscar o tempo todo, cumprir as rotinas estabelecidas pelas instituições de ensino,assim como,os prazos  para realização das atividades,o calendário escolar, avaliações,desenvolvimento de conteúdos e o mais preocupante,cumprir o tempo determinado para que a aprendizagem aconteça.
Assim surge a necessidade de refletir sobre o tempo na escola.
Segundo o texto Questões sobre o Tempo Escolar, explorado na interdisciplina Representação do Mundo pelos Estudos Sociais,o tempo nas escolas está subordinado e sofre uma fragmentação cíclica,através das séries,níveis,etapas,bimestres,trimestres.
A sociedade atual vive de forma vinculada a organização do tempo de forma muito rígida e linear.A sociedade moderna está vinculada a crença e o progresso,crendo que ao findar um tempo há esperança do surgimento de outro melhor,e assim,a organização escolar também vem há muito tempo se organizando rigorosamente em relação ao tempo.A sociedade atual,está deixando de viver um tempo linear para vivenciar uma simultaneidade temporal e a escola não pode deixar de se adequar isso.
É emergente repensar o tempo escolar.
Sampaio (2002), explicita que o tempo na escola é diferente do tempo das crianças,pois existe a expectativa de que todas aprendam num determinado tempo definido como série.A escola se prende a um paradigma homogeneizador que nega as diferenças.
Assim também Gómez (2004) ”Que escola que queremos?” sinalizando que a estrutura espacial e temporal não dá oportunidade e vazão para a criatividade,coletividade,vivência sócio-cultural.
Não diferente dos alunos,os professores vivem seu fazer pedagógico de forma totalmente subordinada ao tempo escolar, determinado pelo sistema atual de ensino.Muitas vezes,desqualificando seu trabalho docente,que é atravessado pelas questões da falta de tempo para a concretização de seu trabalho.”O tempo é uma construção social em constante mudança,e não e não é vivido apenas por aqueles que compartilham o espaço escolar, mas também pelas famílias e por toda a comunidade”(FRAGO,1998).
Segundo o texto,o tempo é continuidade(COELHO,2007) e é preciso pensar o tempo de criação na escola.Criar espaços expandidos,interativos e flexíveis,onde as diferenças sejam respeitadas além do conteudismo,para que se possa viver a alegria de cada momento.



Referências:
OLIVEIRA, Cristiane et al. Questões sobre o tempo no espaço escolar. Disponível em: Acesso em 22 set. 2016.
SAMPAIO, Carmem Sanches. Educação brasileira e(m) tempo integral. In: COELHO, Lígia Marta C. da Costa, CAVALIERE, Ana Maria (Orgs.). Alfabetização e os múltiplos tempos que se cruzam na escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p. 182-196.
FRAGO, Antonio Viñao. Tiempos escolares, tiempos sociales – La distribución del tiempo y del trabajo em la enseñanza primaria em Espana (1838-1936). Barcelona: Ariel, 1998.
GÓMEZ, Encarna Sato. Outros tempos para outra escola. Revista Pedagógica Pátio, n.30, p.47-50, maio/jul. 2004.
COELHO, Lígia Martha Coimbra da Costa Coelho. Escola pública de horário integral: um tempo (fundamental) para o ensino fundamental. Disponível em: Acesso em 20 de jun. 2007.


Nenhum comentário:

Postar um comentário