Pra Começar...Diversidade
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta."
Nelson Mandela
Ao iniciarmos o sexto eixo do Curso de Graduação em Pedagogia PEAD/UFRGS,já fomos desafiadas e provocadas a pensar em uma das questões que mais tem demandado o cotidiano escolar e o pensamento da sociedade atual,a diversidade.As interdisciplinas deste eixo buscam,juntas,trazer importantes reflexões com respeito a este tema e suas implicações.No primeiro encontro da interdisciplina Seminário Integrador VI,após nosso reencontro e acolhida,conseguimos discutir sobre as diversas situações de diversidade que estão presentes no cotidiano escolar, nas relações entre os alunos,a comunidade escolar e os professores.São stas as questões de gênero,de credo,de raça,de situação social e também as questões dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais.
A Escola é o ponto de encontro social,diferentes culturas e pessoas convivem,interagem e buscam se socializar na Escola.
Refletindo sobre o papel do Professor...
Dentre tantas situações que geram o sofrimento da descriminação na Escola é a maneira com que a sociedade vê o professor e o valoriza,principalmente o professor de educação infantil.Esta discussão gerou muitas reflexões em nosso grupo de trabalho,neste momento oportunizado no encontro presencial.Ser professor,antigamente,era um previlégio muito grande,visto pela sociedade de forma em geral.Nos dias atuais,devido a desvalorização salarial e da classe de professores,a profissão docente passou a ser vista de forma diferente,principalmente,quando o professor atua nas turmas de educação infantil e anos iniciais.A professora de educação infantil,muitas vezes vista como a TIA QUE CUIDA e não como a PROFISSIONAL QUE ENSINA,mesmo que faça um louvável trabalho pedagógico e de construção do conhecimento,acaba sendo visualizada com o mesmo olhar de uma cuidadora,mãe,avó.As famílias de nossos alunos,assim como a sociedade como um todo,ainda não compreendeu o papel deste professor.Muitas das vezes,o próprio professor se deixa vencer pelos rótulos e passa a exercer realmente apenas um cuidado das crianças dissociado da responsabilidade de mediar seu desenvolvimento e aprendizagem.
Temos que ter uma postura e um discurso,permeados de ações educativas que levem aos nossos alunos desenvolverem a valorização das diferentes culturas e respeito às diversidades,mas para isso,é extremamente relevante sua autovalorização,ter claro a ideia de ser um profissional da educação e não deixar a busca pelo reconhecimento e valorização pessoal.
O processo de ensinar, que implica o de educar e vice-versa, envolve a “paixão de conhecer” que nos insere numa busca prazerosa, ainda que nada fácil. Por isso é que uma das razões da necessidade da ousadia de quem se quer fazer professora, educadora, é a disposição pela briga justa, lúcida, em defesa de seus direitos (…). Recusar a identificação da figura da professora com a da tia não significa, de modo algum, menosprezar a figura da tia (…). Significa, pelo contrário, retirar algo fundamental à professora: sua responsabilidade profissional de que faz parte a exigência política por sua formação permanente. (…) Identificar professora como tia, (…), é quase como proclamar que professoras, como boas tias, não devem brigar, não devem rebelar-se, não devem fazer greve. Quem já viu mil tias fazendo greve, sacrificando seus sobrinhos, prejudicando-os no seu aprendizado?
(Paulo Freire em “Professora sim, Tia não: cartas a quem ousa ensinar”, 2005, p.11 e 12).
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