quarta-feira, 20 de junho de 2018

Refletindo sobre...

 

Depoimento 1:
“Na infância tive uma vida escolar com dificuldades, então na adolescência não valorizei a escola como deveria abandonando os estudos antes da conclusão. Devido a situação financeira familiar, partí para o trabalho informal para ajudar meu pai no sustento da casa, pois neste momento não havia outra opção. Não voltei a Escola. Hoje percebo o quanto me prejudiquei com este afastamento, mas casado, com filhos e já fora da idade escolar, acredito que a EJA (Educação de Jovens e Adultos) é o ideal para retomar os meus estudos e qualificar minha vida profissional. Eu quero terminar os estudos para fazer um curso técnico ou até uma faculdade”
Mauro(*) xxxxx,38 anos

Depoimento 2:
“Eu fui estudar na Educação de Jovens e Adultos porque já estava muito atrasada nos estudos e com os filhos pequenos, não tinha como manter a Escola regular e precisava terminar rápido para melhorar meu salário, arranjar um emprego melhor. Trabalhava de dia e ia estudar a noite, as crianças ficavam com minha mãe e meu marido. As aulas eram bem legais, todo mundo envolvido, brincando bastante pra não pegar no sono. Mas aí acabei parando, uma pena, quero ver se consigo terminar o fundamental”
Patrícia(*) xxxx,37 anos
                  
                                                                                                                 (*)Nomes fictícios


A interdisciplina  Educação de Jovens e Adultos do eixo VII do Curso de Pedagogia PEAD/UFRGS,trouxe uma realidade diferente daquelas que vivemos no cotidiano escolar.Pelo menos a mim,que sempre trabalhei com as turmas de Educação infantil e anos iniciais,refletir sobre a educação e,principalmente sobre a educação de jovens e adultos é um desafio bastante pertinente a um educador que busca qualificar-se para as necessidades da educação atual.
A questão da educação de jovens e adultos é algo que remete a uma especificidade cultural de nossa sociedade,pois identifica a existência de estudantes,que por algum motivo foram privados de sua escolarização no período habitual,deixando não só de concluir sua escolarização,mas também tendo prejuízos pessoais importantes como sua formação profissional ou técnica, o que reflete em uma defasagem social significativa.Sendo assim,a educação de jovens e adultos torna-se uma questão de políticas públicas.
Se percebe que as pessoas nesta situação de não escolarização ou não conclusão de seus estudos se sentem excluidas socialmente,e almejam o conhecimento perdido,para terem melhor qualidade de vida e comunicação social.
A Educação de Jovens e Adultos,assim como outros níveis de educação,exigem um olhar atento por parte dos governantes,onde existam políticas públicas que garantem o funcionamento,oferta e qualidade de recursos e ensino nesta modalidade,além de um olhar atento e comprometido do educador,que deve conceber o aluno da EJA,como um cidadão participante da cultura e inúmeros conhecimentos,que devem ser valorizados e agregados aos seus conhecimentos,este aluno é um indivíduo que busca o saber e sabe o seu valor,sendo o professor um facilitador e motivador das aprendizagens,não de uma criança,mas de alguém com diferentes necessidades de ensino,abordagens e objetivos de trabalho.


"A cultura letrada não é invenção caprichosa do espírito; surge no momento em que a cultura, como reflexão de si mesma, consegue dizer-se a si mesma, de maneira definida, clara e permanente. [...] A essência humana existência-se, autodesvelando-se como história." (in FREIRE, 1994,p. 9)
                                          FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1994.

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