quarta-feira, 19 de outubro de 2016

       A Curiosidade e o Espanto: Ciências Naturais


 
Uma forte característica das crianças é a curiosidade.Desde cedo ,percebe seu corpo,o ambiente,a natureza,o outro.Esta percepção a faz,naturalmente,desejar conhecer mais sobre o mundo a sua volta.É este o pensamento que tenho,a cada vez que,em sala de aula,sou desafiada a ensinar ciências.
Saber desta curiosidade me deixa confiante.
Eu entendo que ciências é o estudo de tudo o que faz parte da natureza,dos seres vivos e de suas especificidades.O estudo de ciências na escola serve para os estudantes se reconhecerem como seres naturais,que fazem parte da natureza e atuam sobre ela,visando terem conhecimento sobre o mundo em que estão inseridos.
Neste semestre,tivemos a alegria de iniciar a interdisciplina Representação do Mundo pelas Ciências Naturais.No primeiro encontro,já tivemos fortes reflexões sobre o ensino da ciência,a curiosidade das crianças em relação ao mundo que a rodeia e a responsabilidade de ,nós,educadores,motivar a busca pelo conhecimento,a pesquisa,os experimentos e a valorização deste desejo infantil pelos saberes naturais,independente dos recursos materiais que possuímos em nossas instituições de ensino
.Ao assistirmos a um vídeo muito rico sobre o ensino de ciências,Acesso á Ciência:Ilha dos Marinheiros,já foi possível ter nova motivação para conduzir as aprendizagens e ser um professor provocador,motivando os alunos,aproximando-os dos saberes,da experimentação e,principalmente,proporcionando-lhes o espanto e a alegria da descoberta,o que permite o verdadeiro aprender e conhecimentos significativos.

Algumas Lembranças sobre as Aulas de Ciências...

-Tenho boas lembranças das aulas da minha infância...plantar o feijãozinho no algodão,filtrar a água,montar terrários,pesquisar e escrever muito sobre os assuntos da natureza.E na oitava série,tive a lamentável experiência de vomitar na sala de aula,enquanto a professora mostrava macarrão espagueti mergulhado em algum líquido gosmento,tentando explicar de forma mais prática como eram as lombrigas! 

-Já como professora,em sala de aula,muitas foram as descobertas,os experimentos e as surpresas...Certa vez,quando estava falando sobre animais nocivos,falei da piranha...um aluno,com um rosto muito surpreso,do primeiro ano,me corrigiu dizendo que piranha não podia ser um peixe,porque era uma mulher!!

-Há poucos dias atrás fui totalmente surpreendida por um aluno que me contestou.Eu estava explicando sobre alimentação infantil e falei de leite materno.O aluno prontamente me corrigiu dizendo que todos os leites são maternos...e ainda me perguntou qual era o parentesco entre a vaca e o bezerro. Quando eu disse que era mãe e filho ele respondeu com um VIU PROF!



Vale a pena ouvir esta música e refletir sobre a curiosidade,o espanto e as descobertas dos pequenos... 





          Reflexão sobre a Construção do Pensamento Matemático

O primeiro encontro da interdisciplina Representação do Mundo pela Matemática nos provocou a refletir sobre nossa relação com a matemática,os números e o ensino desta matéria,temida por muitos.Ao conversarmos sobre como foi as nossas experiências na aprendizagem dos números e cálculos quando crianças,nossa dia a dia numérico e as nossas atividades docentes na matemática,surgiram muitas vivências alegres,outras traumáticas,inquietações ,mas muita motivação em buscar ferramentas que nos preparem a proporcionar aos nossos alunos um aprendizado real e mais confiante neste universo.
Lembro com tristeza, a grande dificuldade que tive na minha infância, em compreender o sistema numérico e as operações matemáticas.Aos poucos,procurei ir vencendo e superando dificuldades,hoje meu desafio é ensinar matemática,que confesso me causa um pouco de insegurança.
Quando lecionava nas turmas dos anos iniciais,estava sempre inquieta com a defasagem dos alunos na aprendizagem da tabuada e operações matemáticas diversas.Uma estratégia que usei,foi dar mais atenção a construção do pensamento com uso de materiais concretos e jogos.
Hoje,trabalhando com as turmas de educação infantil,procuro sempre,mesmo nas atividades cotidianas,provocá-los a quantificar,a agrupar,formar pares ,trios e promover atividades que desenvolvam a classificação e seriação de elementos,mas tenho muitas dúvidas ainda em relação ao quanto os pequenos são capazes de compreender ou apropriar-se de tais noções. 
No material,muito esclarecedor,apresentado pelos professores da interdisciplina,foram discutidos conceitos importantes de construção do pensamento matemático,como seriação,classificação,pertinência e inclusão de classes:

 Classificar trata de uma atividade que pode ser considerada como pré-numérica e de valor básico para a compreensão do número...Trata-se de um requisito prévio para que as crianças desenvolvam suas habilidades em formar conjuntos utilizando critérios mais abstratos.

Pensando em desenvolver em meus alunos da educação infantil as noções de seriação e classificação,listei aqui,atividades simples do cotidiano,trabalhando os conceitos de forma mais lúdica,informal...
Com Massinha de Modelar:
Classificação:
-Separar por cores,fazer bolinhas e separar as maiores das menores,fazer salsichas e separar as curtas das compridas,separar as cores claras das cores escuras.
Seriação:
-Oferecer bolinhas de massinha em diferentes tamanhos para que os pequenos as organizem do menor ao maior/maior ao menor.(fazer o mesmo com as salsichas de massinha)
-oferecer pedaços de massinha em duas cores diferentes e pedir que ordenem:azul,vermelha,azul,vermelha,azul...por exemplo.
Com os Blocos Lógicos:
Classificação:
-Com as crianças em grupo pedir que agrupem as peças:só as finas,só as grossas,só as azuis,só as pequenas...
Seriação:
-Organizar em sequência:uma fina,uma grossa,uma fina,uma grossa ou uma amarela,uma azul,uma vermelha e repete a mesma sequência.
Também é interessante o trabalho com histórias e músicas infantis que podem ser transformadas em jogos como:Cachinhos Dourados,O Grande Rabanete,A Casa Sonolenta,Avelha a Fiar e etc.
Tenho utilizado em sala dois jogos bem interessantes para trabalhar esses conceitos,Cilada e Cara a Cara.
 



domingo, 9 de outubro de 2016

                                      DEMOCRACIA?

Débora,5 anos e Samuel, 7 anos...meus filhos!!!

No final de semana passado,tivemos as Eleições Municipais.E neste dia,além de votar,vivenciei uma  reflexão bem interessante sobre o pensamento infantil com relação a política.O que me remete diretamente a pensar, sobre as discussões realizadas na interdisciplina Representação do Mundo pelos Estudos Sociais.
Tudo começou quando resolví levar meus filhos,Débora e Samuel comigo no colégio em que eu iria votar.Eles já haviam assistido algumas vezes a Propaganda Eleitoral Gratuíta,claro,sem intenção,ao brincarem pela sala.Também riam ao ver os comentários meus e de meu esposo sobre o assunto,mas sem se pronuciarem.
Ao sairmos de casa para o pleito,começaram os questionamentos:Mãe,onde vamos?O que é votar?Quem são esses homens nas fotinhos das calçadas?Por que tu é obrigada a ir?O que acontece depois que a gente vota?Por que eu e a mana não podemos apertar o botão da máquina?
Decididamente,eu não estava preocupada em dar essas explicações a eles e na verdade, nem preparada.
Mas,o mais interessante de tudo,é que ,por mais que a gente pense que não,as crianças também apresentam curiosidade em política,aliás,apresentam curiosidade em tudo o que se manifesta de maneira significativa em seu cotidiano.Eleições,musiquinhas e propagandas eleitorais chamam a atenção,mas qual a idade certa para se aprender sobre política e até que ponto as crianças devem compreende-la?
O fato é,que procurei com palavras mais acessíveis,assim como faço com os alunos,explicar como funcionavam as coisas.Até que pronunciei a palavra DEMOCRACIA.Foi o auge do assunto,e pra minha surpresa,eles entenderam muito bem,na maneira deles,e até deram exemplos,como:"Que nem quando agente faz uma votação pra escolher o dvd que vamos assistir na minha escola...a gente levanta a mão e o filme que tiver mais mãos ganha...daí a gente tem que assistir o que a maioria quer..."(Samuel).
É claro,que ao longo da minha caminhada na escola,sempre tive que ensinar estudos sociais,mas a partir do momento em que procuramos refletir sobre o que estamos fazendo e as intencionalidades de nossa atuação,sempre há mudança.Iniciamos a interdisciplina de Estudos Sociais,ainda temos muitas reflexões a fazer,mas o simples fato de sermos provocadas sobre o tema já produz o desejo de saber mais,de repensar o fazer em sala de aula,e principalmente,observar os estudantes,que cada vez mais desejam ser protagonistas de suas aprendizagens e serem atuantes na sociedade em que estão inseridos.Cabe a escola este papel provocador e motivador na formação social de nossos alunos.   


Significado de Democracia

s.f.Governo em que o poder é exercido pelo povo.Sistema governamental e político em que os dirigentes são escolhidos através de eleições populares: o Brasil é uma democracia.Regime que se baseia na ideia de liberdade e de soberania popular; regime em que não existem desigualdades e/ou privilégios de classes.Nação ou país cujos preceitos se baseiam no sistema democrático.FONTE:DICIO,Dicionário On Line.





sábado, 1 de outubro de 2016

             Pensando sobre o  Tempo e o Espaço

  

Marcas da vida
Desde a idade dos seis anos
eu tinha a mania de desenhar objetos.
Por volta dos 50  anos havia publicado
uma infinidade de desenhos
Aos 70 compreendi mais ou menos
a verdadeira natureza:
as plantas, as árvores, os pássaros,
os peixes, os insetos.
Em consequência, aos 80 terei feito
ainda mais progresso.
Aos 90 anos terei penetrado no
mistério das coisas;
Aos 100 anos decididamente chegarei
ao grau de maravilhamento e...
Quando eu tiver 110 anos, para mim,
seja um ponto ou linha, tudo será vivo
Katshuhiko  Hokukai
Séc. XVIII            


Ao iniciarmos a interdisciplina Representação do Mundo pelos Estudos Sociais,já principiamos,pelo menos eu,uma série de reflexões em relação ao ensino desta temática em sala de aula.Acredito que o poema acima,Marcas da Vida,já nos leva a pensarmos sobre a maneira em que nós lidamos com o tempo e com o espaço em que estamos inseridos.Aqui,o relato de um famoso desenhista chinês,que já em uma fase avançada de sua vida,relata sua trajetória de maneira muito positiva e ainda lança ideias muito otimistas ou até mesmo,utópicas para seu futuro,é um exemplo de alguém que tem essa capacidade de apropriar-se e situar-se em seu tempo e seu espaço.
Daí nos vem a reflexão de que,enquanto educadores,temos que ter a certeza do tempo em que estamos vivendo e em que espaço social,cultural e educacional nos relacionamos.Também é importante valorizarmos o passado,as vivências,as bagagens que nos forma enquanto profissionais,para assim,ser possível mediar as aprendizagens de nossos estudantes com respeito a história,a geografia,as ideias sociais,filosóficas e políticas   e todas as especificidades que entornam esses conhecimentos.
Inicio estes estudos com muita motivação,por compreender a relevância do ensino dos estudos sociais aos estudantes,mas ao mesmo tempo,com muitas inquietações,pois mesmo atuando em sala de aula e protagonizando situações de aprendizagem de estudos sociais,seja sobre fatos históricos,conteúdos geográficos ou as datas comemorativas,sempre me preocupo sobre como os estudantes se situam dentro do tempo e do espaço,o que realmente é necessário que aprendam na disciplina de estudos sociais ou que valores e ideias políticas,sociais e culturais devem ser trabalhadas com os pequenos estudantes que estamos formando.
Enfim,me proponho a repensar minha atuação em sala de aula e aprimorar meus conhecimentos na condução destes estudos tão importantes para a formação de nossos estudantes.