domingo, 20 de dezembro de 2015

          WORKSHOP EIXO II: TEMPO DE REFLETIR

           "EDUCAR EXIGE REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE A PRÁTICA"
                                                                        PAULO FREIRE



           O Workshop Eixo II do curso de graduação em pedagogia PEAD/UFRGS foi marcado pela grande demanda de trabalhos,pesquisas e reflexões,mas que resultaram em aprendizagens extremamente significativas.
           O diferencial deste segundo semestre de estudos,foi sem dúvida o amadurecimento e seriedade nas aprendizagens adquiridas.Após o grande entusiasmo e alegria de ver-se cursando uma graduação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul,esse foi o momento de colher os primeiros frutos e buscar um novo olhar sobre os efeitos deste curso na vida profissional e pessoal.
           Termino este momento muito feliz,com a certeza das superações e aprimoramento na vida docente,assim como,novas perspectivas e análise também pessoalmente.
           Passei a perceber-me,no decorrer deste ano de estudos,como uma observadora e questionadora constante dentro da escola.
          Antes das provocações feitas pelas diversas leituras e instrumentos de estudos diversos, ofertados no decorrer do curso Pead, minha postura profissional era muito mais “automática”  e bem menos reflexiva. A cada intervenção que realizo no meu cotidiano na escola, procuro ter um olhar  atento sobre o desenvolvimento da criança em questão, assim como,busco compreender  o funcionamento da escola como instituição a partir de sua trajetória  histórica,observando os valores e demandas vivenciadas na comunidade escolar e características da sociedade atual em que estamos inseridos.
         Quando nos propomos a repensar a prática docente, além de adotarmos uma postura de humildade e busca por novos conhecimentos, passamos a observar de forma mais evidente a intencionalidade de cada ação docente, assim como questionar e refletir os diversos desdobramentos que se apresentam cotidianamente tanto dentro,como fora das instituições de ensino. E comigo tem acontecido de tal forma.
           A certeza de minha opção profissional se fortalece ao final deste eixo, pois ao conhecer e reconhecer através destes estudos a história, a relevância e os benefícios que a educação pode proporcionar ao indivíduo,quando se insere culturalmente no mundo e se vê como um transformador e construtor de sua realidade,me motiva a me aprimorar cada vez mais, buscando saberes e concepções que permitam qualificar meu trabalho como educadora.. 
          O Seminário Integrador II,que aparece como um forte elo de ligação entre as interdisciplinas,me proporcionou principalmente,uma segurança ímpar na realização das tarefas propostas e foi essencial no exercício de organização do tempo,de escrita formal das aprendizagens,nas orientações com respeito ao desenvolvimento do curso e na estimulação das relações interpessoais no ambiente acadêmico,proporcionando motivação, integração e mediação de conflitos no decorrer deste semestre de estudos.
         Tivemos neste eixo a oportunidade ímpar de conhecer e discutir sobre as infâncias, seus conceitos e suas modificações ao longo do tempo, e compreender a trajetória histórica da escola e seu avanço em busca de uma identidade e lugar reconhecido dentro da sociedade, o que é de muita relevância para o meu repensar das práticas diárias no cotidiano escolar.A ideia de uma só infância com características próprias é desmistificada pela percepção de uma infância plural, isto é, diferentes teorias sobre o conceito de criança e a formação da identidade infantil através da história,assim como o surgimento da escola como instituição de transformação social. 
         Gostaria de mencionar a satisfação que senti neste semestre, em discutir teoricamente as questões relacionadas as etapas do desenvolvimento psicosexual infantil e os conceitos de transferência e contratransfêrencia de Sigmund Freud,assim como explorar,também de forma mais embasada,uma das suas mais relevantes aprendizagens,a alfabetização,tendo como principal autora,Emília Ferreiro.
         Tenho esse primeiro ano de PEAD, como um tempo de grandes aprendizagens e mudanças.Me vejo com a grande satisfação do crescimento cultural,aprimoramento profissional e realização pessoal.


                                               Que venha o próximo semestre!!!




       

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

                  FELICIDADE NA ESCOLA?

Sempre pensei a escola como um lugar plural.E a felicidade,assim como, as aprendizagens,interações e conflitos estão presentes no seu cotidiano.
O texto lido,de Roberto Muniz Barreto de Carvalho,baseado na obra de Georges Snyders, aponta para a felicidade escolar,no sentido de formação,realização e atuação do indivíduo na sociedade,superando as contradições sociais,por meio da aquisição cultural,dentro de uma visão marxista.
A ideia do autor de felicidade na escola é ligada a questão de realização cultural.Ele se refere a felicidade que o indivíduo tem,mesmo sendo de uma classe baixa,com menos cultura,em atingir maior status social inserindo-se culturalmente na sociedade,por meio das possibilidades que a escola lhe oferece,isto claro,dentro de uma visão marxistas de divisão de classes e sociedade de produção pelo trabalho.
Dentro desta visão,felicidade escolar é superação,é ascensão cultural e automaticamente,social.
E realmente,Snyders tem razão,mas ainda acrescento a essa ideias que a escola vai além de realização e ascensão social.E a felicidade que ela pode proporcionar não é só a felicidade de estar na escola e inserir-se na cultura escolar.
A escola traz a felicidade do auto-conhecimento,da integração,do conhecimento do mundo e dos valores nela inseridos.Depois da casa,vive-se na escola,e ás vezes, a escola vem antes.
Por isso ela deve ser espaço de democracia,de respeito, de solidariedade,de valores e de acolhimento.
É na escola que se conhece o valor do trabalho em equipe,que se aprende a dividir,a esperar sua vez,a ajudar e a brincar com os outros.E quando essa escola motiva e dá asas a esses aprendizes,o respeita como indivíduo em desenvolvimento e o vê como alguém capaz,estamos vivenciando a felicidade de ser parte da escola.
Mesmo os educadores buscam nela não só trabalho,mas também felicidade.Felicidade de ensinar,de conduzir e mediar as conquistas e se alegrar com a superação de todos.Para nós educadores,mesmo com as mazelas dos baixos salários e pouco reconhecimento profissional,escola é lugar de muita realização,de troca e de superação diária...pros educadores,escola também é felicidade!   
O bom da escola é a sua identidade.A escola,que é escola mesmo tem barulho de alegria,tem espaço pra autonomia,tem muita cor e muito sorriso,tem até cheiro de vida...
Que felicidade é conviver na escola!!!!  


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

                      Pensando em Brincar...

Quando se fala em brincadeira, logo me lembro das folias da minha infância.Minhas brincadeiras infantis,foram muito proveitosas e eram aquelas que me faziam "cair dura na cama"!
Eu gostava de brincar no pátio,de comidinha,de pegar,de esconder,de bola e de correr.Outras vezes,construía os lugares da fantasia:um consultório pra brincar de médica,uma sala pra brincar de professora,as casinhas das bonecas e tudo com diversas coisas que encontrava a minha volta.
As lembranças são as melhores possíveis!
Hoje me pego estimulando meus filhos a se aventurarem nas brincadeiras.
Que as brincadeiras mudaram ao longo do tempo é uma verdade.Isso porque,as crianças mudaram,o consumo e a tecnologia invadiram o mundo do brincar infantil.Antes,tínhamos o brinquedo favorito e usávamos a imaginação para brincar.Hoje,se tem o brinquedo da moda,ou melhor,o brinquedo do momento que amanhã perderá a graça.O pior é que os brinquedos fazem de tudo,até brincam pelas crianças,e o mais relevante,antes nos envolvíamos em brincadeiras,agora focamos no brinquedo.Essa efemeridade lúdica é o resultado da alta padronização da mídia,do aumento assustador do uso da  tecnologia,do enclausuramento da criança nas comunidades de violência,da falta de tempo dos pais.Enfim,nossas crianças não estão brincando na integralidade da palavra.
Quando a criança brinca,ela se descobre e se constrói em seu espaço social.A brincadeira é a sua forme de relação e interpretação do mundo a sua volta.Brincar traz interação,reflexão e produção de conhecimentos.
Jean Piaget nos coloca as questões do desenvolvimento infantil baseado no exercício da ludicidade. Ele nomeia as representações que a criança faz brincando,de jogo simbólico e coloca sua importância para a aprendizagem e interação da criança.
A escola tem que ser o local das integrações,da musicalidade,oralidade e saberes,e tudo isso,se resolve brincando...Acredito que a escola deve estimular e resgatar as brincadeiras ao ar livre,de construção,de faz-de-conta.Os conhecimentos também devem ser apesentados de formas mais atrativas e lúdicas.A imaginação,o movimento e a fantasia devem estar presentes...sempre.Vamos reinventar o brincar nas nossas escolas,vamos ensinar nossas crianças a brincar!!!  


                                          "AS CRIANÇAS NÃO BRINCAM DE BRINCAR.
                                                            BRINCAM DE VERDADE."
                                                                      Mário Quintana  


                  
Aqui, nesta imagem,meus filhos Débora e Samuel, brincando de navio em alto mar...na verdade, a grama estava grande e os cabos de vassouras e bacia completaram a brincadeira...

sábado, 21 de novembro de 2015

                      CONSCIÊNCIA  HUMANA 


Com minha turminha de educação infantil,os assuntos sobre as diferenças aparecem diariamente.Ontem,vinte de novembro,discutimos as diferenças raciais...e foi muito legal!!!

Olhem as produções da galerinha...




Ontem,dia vinte de novembro,foi,de acordo com o calendário, ao Dia Nacional da Consciência Negra.Não se trata de uma data "comemorativa",pois o melhor e o mais correto é que ela não existisse.
Esta data dedicada a luta contra o preconceito e igualdade racial,ainda gera muitas polêmicas entre as pessoas e na escola não seria diferente.Percebo ao longo da minha caminhada docente diferentes ideias sobre esta data.Alguns educadores revelam que é importante trabalhar com os alunos esta data,para que valorizem a cultura negra,outros para que aceitem as diferenças,outros para que desenvolvam uma aversão ao racismo e,ainda,tem aqueles educadores que não trabalham a data da Consciência Negra por defenderem que não existe uma "consciência branca",ou seja,creem que o problema já está solucionado.
Minha opinião é que,esta data não é só isso,e sim muito mais.O problema do racismo e a valorização da figura do negro é emergente,e não se trata de não ser racista ou de achar bonito as coisas da África,trata-se de reconhecer e naturalizar a formação cultural e histórica as quais,nós brasileiros,estamos inseridos.Também creio que esta data,deveria se expandir pelo calendário, e que a cultura negra e todas as outras culturas que compõe nossa identidade cultural, estivesse presente no cotidiano escolar,nas ruas,nas conversas,nas atitudes e na mídia.
Devemos parar sim no dia vinte de novembro e falar da África e de Zumbí dos Palmares.Mas não só neste dia.A igualdade deve estar presente no cotidiano da escola.O respeito ao negro,ao índio,ao branco,ao gordo e ao diferente deve ser algo socialmente inserido.
Infelizmente,somos contra o preconceito racial,mas aceitamos com muita naturalidade,assistir as novelas que trazem ainda,os patrões brancos e os motoristas e empregadas negras.
Nós educadores temos que fazer o nosso trabalho,formar pessoas.Com opiniões verdadeiras e não politicamente formatadas.
Achar a cultura indígena linda no dia dezenove de abril,ser patriota no dia sete de setembro e valorizar a mulher no dia oito de março é muito fácil,natural e socialmente correto.Mudar concepções e quebrar paradigmas é que é o desafio dos dias atuias.
Como educadora,desejo que a educação transforme a sociedade e para isso,é preciso lutar,não com armas,mas plantando conhecimento e reflexão.
Esta manhã,lí em uma rede social a seguinte frase:"Que bom que não existisse uma Consciência Negra e sim,uma Consciência Humana."


             "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele,por sua origem ou ainda por sua religião.Para odiar,as pessoas precisam aprender,e se podem aprender a odiar,elas podem ser ensinadas a amar."
                                                                   Nelson Mandela   



 Vídeo:Xadrez das Cores    

                    
   

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

                                 UM ANO DE PEAD!! 



      
 

Há exatamente um ano atrás,vivi um dos processos mais desafiadores e motivadores da minha vida,olhando tanto pelo aspecto profissional,quanto pessoal.Eu,que sempre desejei ser professora,formada  no curso normal e lecionando ativamente,sentia falta de algo a mais,a realização de um sonho. E tudo aconteceu rápido,um processo de seleção,no meio do ano,para professores...e o melhor:para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul!E eu passei!!
Agora,para minha surpresa,quando eu já julgava ter perdido a viagem da graduação,eu consegui iniciar o Curso de Graduação em Pedagogia,modalidade à distância,pela UFRGS.o PEAD.
A aula inaugural chegou.E com ela a extrema emoção do sonho realizado,ou pelo menos,iniciado.Sem falar na grande expectativa,motivação,entusiasmo e o grande desafio:Me organizar no tempo,me dedicar,buscar as aprendizagens e mudar velhos paradigmas à convite do novo...sair da zona de conforto e me aprimorar!
Neste ano de caminhada,muito mais do que almejei naquela aula inaugural aconteceu.Realmente,o desafio de me dedicar,de organizar o meu tempo e de quebrar paradigmas é uma realidade constante.Toda a motivação e entusiamo só crescem,porque tenho tido a cada dia a oportunidade de aprender,de reaprender e de refletir a minha prática.O PEAD não trás  somente textos,fóruns e noites maldormidas,ele modifica a maneira de olharmos a escola,a criança e o nosso papel como educadores,através da interação com as colegas,da atenção dos professores e tutores,da constante reflexão docente e do desejo de sempre fazer o melhor por meio do exemplo!

FELIZ ANIVERSÁRIO ÁS QUERIDAS COLEGAS,PROFESSORES E TUTORES E QUE TENHAMOS AINDA PELA FRENTE MUITAS SUPERAÇÕES E REALIZAÇÕES,PORQUE SOMOS CAPAZES!!!   

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

           A MÍDIA E A EROTIZAÇÃO INFANTIL 

Não há dúvidas que a mídia tem sido uma padronizadora de atitudes e opiniões na sociedade pós-moderna. 
O que antes se comprava por necessidade,hoje se busca pelo desejo,até porque as necessidades são variadas e hoje,o desejo é uma necessidade.
Nesta sociedade de consumo,onde tudo é prático,lindo aos olhos,novo e surpreendente,a mídia dita as regras e modela personalidades.
Neste mercado social,a criança tem sido uma forte protagonista.
Não apenas,tratando aqui da quantidade assustadora de produtos,personagens e padrões ofertados ao público infantil nos meios de comunicação,mas algo mais profundo e conflitante:A criança e seu corpo expostos nas fontes midiáticas como um produto a ser comercializado,o gigante e assustador mercado da infância.
A imagem de crianças com seus corpos e sua inocência expostos,de maneira sensual,precoce e,muito infelizmente erotizada,tem invadido a mídia atual de tal forma,que muitas vezes,de tão engessados por este sistema de produção infantil,não nos damos conta e não enxergamos com "maldade".
A criança que por muito tempo foi vista como um pequeno adulto,sem um lugar social específico,tabula rasa,comparada a anjos e símbolo máximo da inocência, é agora"amadurecida em estufa" e adultizada com a maior naturalidade e de forma extrema pela mídia,redirecionando a posição infantil em nossa sociedade e dando a ela um outro papel.
Maquiadas,com roupas sensuais,unhas e cabelos pintados,envoltas em linguagens,músicas e personagens adultizados são obrigadas a crescer,e o pior,estar dentro da "moda".É a pedofilização da sociedade de consumo.

Cabe a família,aos pais e educadores o olhar atento,o cuidado e o respeito a infância.Saber interpretar e neutralizar as influências midiáticas excessivas no processo de conhecimento e desenvolvimento infantil  é o desafio da atualidade.Devemos zelar pelos direitos da criança,isso é educar e é dever de todos. 




E VOLTANDO UM POUQUINHO NO TEMPO...

  

Na imagem acima, que é uma propaganda já não tão atual e clássica de uma marca de bronzeadores e protetores solares,à princípio muito inocente,revela sim,sinais de uma erotização precoce e um apelo focado no corpo da criança.

Primeiro, porque, creio eu,que não exista a necessidade de uma criança utilizar bronzeadores.A criança representada é uma menina,em uma praia,trazendo,a ideia da mostra do corpo feminino,exposto,o que é um paradigma machista de nossa sociedade atual,presente em diversos outros veículos da mídia. A parte exposta, as nádegas da criança, que provavelmente aqui,seja uma tentativa de remeter a inocência infantil, como um bumbum de bêbê, por exemplo, ganha um ar adultizado pela “marquinha” do bronzeado,algo extremamente vinculado ao universo adulto.

A menina da imagem, não se assusta com a atitude do cão, aqui representado como uma figura sem discernimento, como se a cena fosse um “acidente”.Ela não tem uma expressão de vergonha e sim de desdém,natural,demonstrando uma naturalização do nu em um ambiente público, fora de contexto na faixa etária,o que se fortalesce ,com a sutileza da mãozinha no rosto,demonstrando sutil surpresa na atitude do cachorro.

                                OU SERÁ QUE ESTOU VENDO COM MAUS OLHOS??

     A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA ESCOLA 

          E      

   A   FORMAÇÃO DA IDENTIDADE ESCOLAR 


            
  

Conhecer a trajetória da escola ao longo da história, percebendo sua evolução,conquistas e principalmente,sua superação  relevante  no sentido social,administrativo e pedagógico,é muito motivador.Vê-la  vencendo as mais diversas dificuldades ao longo de seu processo de formação de identidade,nos leva a compreender suas especificidades e nos sinaliza seu poder dentro da caminhada da sociedade como um todo.

 O texto de Julia Varela e Fernando Álvarez-Uria,A Maquinaria Escolar,nos mostra as primícias da formação da escola,baseada fortemente na sociedade de divisão de classes e na religiosidade. Enquanto,Clarice Nunes,em (Des)Encantos da Modernidade Pedagógica,nos mostra o desenvolvimento da escola nos centros urbanos brasileiros,onde mesmo com imensas dificuldades políticas e estruturais,vivia-se um forte civismo,embasado pelo sentimento religioso,que resultava também em um aprisionamento opressivo e excludente,de preconceito social mascarado.


A criança,do inicio de nossos estudos, não tinha uma diferença acentuada dos adultos,longe de uma visão realista e sentimental,era vista quando conseguia valer-se por si e integrar-se por si mesma na sociedade.Segundo Phillipe Ariés,a infância se constituía de acordo com as classes sociais que estabelecia também toda a organização social,tendo a criança como um pequeno adulto em formação,misturando-se aos adultos em suas relações sociais.

Com o surgimento de um espaço fechado institucional,começou um grande processo de enclausuramento da criança,que passa a ser vista como a esperança da Igreja,que passa a se  interessar pelo "problema da pobreza" e então a propagar a  submissão e a naturalização das diferenças sociais,iniciando as novas formas de dominação social.Na “escola das primeiras letras”,a piedade cristã e a formação do juízo era mais importante do que ler e escrever e os “filhos de ninguém” eram adestrados para o ofício e moralização,com máxima repreensão e o mínimo de saber transmitido,eram ensinados a se contentar com pouco,enquanto as elites e os colegiais eram educados dentro dos bons costumes vinculados a família.

A partir do momento que se constitui a infância, surge a necessidade da formação de profissionais dedicados a educação,para nos colégios,iniciarem os processos de transmissão de conhecimentos e modelação de comportamentos.O que era uma educação rígida,com dureza de castigos e autoridade ,passa a ser afetiva e individualizadora, na formação dos perfeitos cavalheiros católicos.É o surgimento da sociedade da industrialização,nasce a  Escola Normal,que prepara especialistas para total entrega e abnegação da vida pública,preparados para transmitir técnicas de domesticação,condicionamento da ordem,da moral pelo seu próprio exemplo e desprezo pela cultura das classes populares e admiração pela cultura burguesa.Este profissional não tem alta remuneração,mas recebe grande prestígio social.

A Ratio Studiorum,documento que regulamenta ocupação do tempo e do espaço institucional,prevê a separação por seções,exercícios frequentes,distintos níveis de conteúdos,prêmios e recompensas. A escola deixa de ser lugar de isolamento passa a ser espaço social de preparação para o trabalho.

As classes enfileiradas,comparadas pelos autores a camisas de força, demonstram o poder de controle que a escola perpetuava na sociedade.

As escolas do século XX eram antigas residências,muitas vezes,em mau estado.As classes do passado,agora não existiam mais,mas faltava ar,água,luz e sobravam as repreenções e os castigos físicos.Era a escola das epidemias e dos castigos físicos.A religiosidade aparecia emaranhada nas práticas e rituais religiosos que invadiam as escolas por meio de festas,cerimônias e material didático.

Já nas décadas de 20, nos grandes centros urbanos brasileiros,encontramos a escola primária,totalmente ligada ao civismo,onde a República era a fonte da virtude,que homogeiniza todas as diferenças,e qualquer homem,mesmo de origem humilde,pode chegar a Presidência da República ou a propriedade de uma fábrica.Por outro lado,nesta mesma época,os descendentes de africanos,as classes trabalhadoras e todos que não tinham meios de subsistência,desempenhavam tarefas menos qualificadas e representavam a presença incômoda nas grandes cidades. As diferenças sociais estavam bem presentes na escola,nas moradias,nos transportes e no lazer.Era o início da favelização carioca e as escolas foram desocupadas,transferidas para bairros nobres,começou a duplicação dos turnos de trabalho,o que prejudicou o professor.

 O projeto do Major Vidal vem trazer a escola uma arquitetura específica,que desfaz o confinamento e torna a escola um espaço de reapropriação urbana.A escola que representa o corpo da criança sadia,que respira,enxerga,caminha,tem higiene.É o momento da moral,higiene e estética.Inclusive com um regime de forte pressão para o fortalecimento de tais hábitos.

As escolas deixam de configurar o campo familiar,privado e religioso e gradativamente,vão formando uma grande rede escolar formulada pelos governos municipais.Assim nasce uma reforma de espírito público,um alargamento da concepção de linguagem escolar,e a reformulação do espaço físico da escola,surgem as bibliotecas,laboratórios,quadras esportivas.

O instituto de Educação aparece como formador do novo professor,controlado pelos educadores liberais.Aparece a figura da mulher,valorizada pela missão do magistério.


De 1922 a 1935 acontece a construção de uma política educacional liberal no Rio de Janeiro,empurrando a escola para fora de si mesma,influenciando na cidade.Ela sai de um sistema baseado na cultura europeia e norte-americana para elaborar um conhecimento instrumental sobre a educação brasileira e a vida urbana,retira a educação da tutela da Igreja e do governo federal e conquista o direito de lutar contra os destinos escolares que a fragmentação social empunha.A produtividade do trabalho perde força para os problemas cruciais como saúde,habitação,uso do tempo e do espaço escolar.





A escola,ao longo do tempo,reflete tanto as mazelas como as superações sociais,representando a maneira que a sociedade se constitui,sempre reforçando suas especificidades ou buscando transformar o modelo social,enfrentando as dificuldades políticas e buscando acompanhar a máquina pública,formando e reformulando sua identidade formadora.     

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

               Refletindo:A Psicogênese da Língua Escrita

Introduzir a criança no mundo escrito,isto é,familiarizá-la com a cultura letrada é cada vez mais,tarefa de extrema relevância,porém permeada de questionamentos de pais e educadores.Algumas crianças descobrem a leitura e a escrita com um entusiasmo e facilidade surpreendentes e outras,apresentam muitas dificuldades ao longo do deste processo.
No contexto atual de nossa sociedade, a troca de informação e comunicação escrita é muito presente,porém,assim mesmo,percebe-se um grande número de pessoas analfabetas,ou ainda,analfabetas funcionais.
Emília Ferreiro ,psicologa,pedagoga e pensadora da educação,juntamente com Ana Teberoski,passou a ver com um novo olhar o processo de aquisição da leitura e escrita,A Psicogênese da Língua Escrita,nasceu no desejo de buscar a causa do alto índice de não alfabetização de crianças argentinas e mexicanas.
Fortemente baseada nas teorias de Jean Piaget,Emília Ferreiro iniciou seu trabalho não focando em que maneira os educadores ensinam,mas de que forma as crianças aprendem.Coloca que as crianças não tem que atingir uma certa idade para ser alfabetizada,mas devem ser estimuladas e apresentadas a cultura escrita desde muitos novas,para desenvolverem sua consciência fonológica e iniciarem seu processo de alfabetização.
O ponto principal desta teoria,que revolucionou de forma significativa a apropriação da leitura e da escrita,são as hipóteses das crianças sobre as palavras.Existem hipóteses de representação das palavras para as crianças e essas hipóteses,através da intervenção de um adulto alfabetizado,vão se desconstruindo para dar ideias a novas aprendizagens.
Toda a criança é capaz de aprender a ler e a escrever.
Ainda,é de suma importância lembrar,que um ambiente alfabetizador estimula e coloca a criança dentro da cultura letrada.Ela deve ver importância,sentido e significado na escrita e ser desafiada a aprender sempre mais.O "erro" é o caminho,processo de aprendizagem.
Repensar alfabetização e letramento é levar em conta,esse marco na educação,que é o trabalho de Emília Ferreiro.



         

HIPÓTESES DE ESCRITA:
Pré-silábica:A criança ainda não relaciona a escrita ao som,não utiliza letras ou utiliza sem relacionar com o som,sem relacionar a quantidade de letras.
Silábica:A criança começa a relacionar som as letras.geralmente representa uma letra para cada sílaba,a quantidade de letras é a quantidade de sílabas.
Silábica-alfabética:A criança passa a utilizar vogais e consoantes,passa a controlar o numero de letras que utiliza na escrita,passando a valorizar o valor sonoro das palavras,tem acréscimos e omissões de letras.
Alfabética:A criança passa a compreender o código escrito e a função social da língua,produz sílabas completas,porém deve aprimorar a ortografia convencional.  



"UM DOS MAIORES DANOS QUE SE PODE CAUSAR A UMA CRIANÇA É LEVÁ-LA É PERDER A CONFIANÇA NA SUA PRÓPRIA CAPACIDADE DE PENSAR"

EMÍLIA FERREIRO 







     

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

               O Pós-Modernismo e a Infância do Consumo 

A Modernidade,período da história da sociedade onde tudo tinha uma razão concreta de ser,onde caminhava-se para a transformação do mundo e se tinha esperança de futuro,de melhora ,de evolução.Tudo muito concreto,sólido,com prioridades definidas e futuro pré determinado.Segundo os pensadores,essa modernidade evoluiu e se modificou,surgiram novos pensamentos e perspectivas sociais,nascendo o que se denomina hoje de Pré-Modernismo.
Zigmunt Bauman ,coloca este pós-modernismo,como Modernidade Líquida,período em que tudo deixa de ser concreto,para se tornar variável.É o tempo da incerteza no futuro,da liberdade em todos os aspectos,do individualismo e das relações interpessoais leves e desligadas.
Enquanto a Modernidade se caracteriza pela produção,a Pós-Modernidade pelo consumo.
Antes,se o pai fosse médico,se estudaria medicina.Se o rapaz beijasse a moça,estaria a namorando.
Hoje,escolhe-se a profissão,e fica-se com vários cônjuges,sem ter compromisso.
Antes,caminhava-se para o futuro,hoje se vive o agora,apressadamente.Os tempos mudaram.

E trazendo este contexto para a infância...  
A mudança também é bem percebida.Antigamente,as crianças eram cuidadas pelos adultos,que tinham plenos poderes de escolha sobre seus hábitos e preferências.Se brincava muito,e se inventava as brincadeiras,tanto que inventar era melhor do que brincar.As crianças se juntavam nas praças,os brinquedos eram poucos,mas eram verdadeiros tesouros,assim como os amigos,que não eram tantos,mas fiéis.O que vemos hoje,são crianças a mil,ligadas em tecnologia,preferem os eletrônicos ás pracinhas,os amigos são muitos,mas distantes,os brinquedos aos montes,conforme a vontade,e o pior:os pais não tem tanto direito de escolha assim.
A pesquisadora Mariângela Momo,destaca em seus estudos,o poder da mídia e do consumo na infância pós-moderna. 
O consumismo hoje é extremamente exagerado.A roupa,o calçado,o material escolar,o brinquedo e até o jeito é "montado" pela moda do momento.A mídia formula os parâmetros em que os pequenos devem seguir,e a minoria que não se rende,coitados,são excluídos.
A liquidez das relações pós-modernas é unânime,mais valor a quem tem,menos valor a quem é.Assim como consomem tão rapidamente,também tendem a se relacionar,de modo efêmero e descartável.
Educar uma infância pós-moderna é resgatar valores,valorizar a verdadeira amizade e as relações pessoais reais.Mostrar que se deve acreditar no futuro e nas pessoas e que não se pode ser feliz sozinho.Para professores oriundos de uma educação moderna,compreender essa juventude livre e individualista ainda é um desafio,mas não uma impossibilidade. 


Gostei muito de ler este artigo de David Coimbra para o jornal Zero Hora,mostrando que dentro desta sociedade de consumo,ainda existe a valorização das riquezas verdadeiras.Confira!





segunda-feira, 5 de outubro de 2015

                    FREUD: O PAI DA PSICANÁLISE 

Sigmund Freud (1856-1939),médico neurologista,foi o maior pesquisador do funcionamento da mente humana de todos os tempos.Considerado o pai da psicanálise,pois acreditou,quando ninguém mais imaginava,que a mente humana não era apenas fisiológica,mas estava totalmente ligada ás emoções,desejos,sentimentos e sintomas físicos.
Começou seus estudos,tentando compreender uma doença que assombrava a neurologia da época,a histeria.Suas descobertas foram tão grandiosas que interferem até hoje em toda a sociedade,principalmente na educação,onde seu trabalho surge com grande impacto no conhecimento da mente infantil e nos estudos sobre a aprendizagem.
Freud descreve de maneira fantástica o desenvolvimento infantil por meio da sexualidade.Começando pela fase oral,onde a criança tem o prazer em sugar,a amamentação e toda a fase da satisfação infantil vinculada a boca,como o morder,levar objetos a boca,como nas fazes seguintes a essa.A fase anal,fálica,a latência e a fase genital.
O Complexo de Édipo,presente em nosso cotidiano,explica a forte ligação afetiva dos filhos pelas mães e das filhas pelos seus pais.
Freud passa a descrever a mente humana de maneira clara e óbvia em suas obras,falando do inconsciente,consciente e pré-consciente,partes de nossa mente,onde os desejos e sonhos são organizados cuidadosamente,para que possamos estar saudáveis e viver de forma equilibrada.As três instâncias psíquicas,id,ego e superego,em constante equilíbrio das vontades,desejos e convenções sociais em que vivemos.
O trabalho deste grande pensador,ainda é mais evidente,quando ele nos mostra os mecanismos de defesa,que atuam em nossa mente,para dosar,refrear ou proteger-nos do sofrimento excessivo e real ao qual somos submetidos todos os dias.A mãe que ao perder o filho nega a sua partida,o fingimento daquele que odeia,mas prefere fingir amar,a raiva que temos de um ser e descontamos sobre outro,as regressões e imitações que presenciamos por aí e assim por diante...
Conhecer a mente é saber educá-la, se conhecer é se respeitar e aceitar a condição humana,com seus error e seus acertos.Enquanto educadores,temos que respeitar a cada criança,saber que é um ser em desenvolvimento,e que é um ser cheio de desejos,sonhos,emoções que não é uma página em branco,mas é como um livro cheio de histórias,trajetórias e felicidades que a fazem um ser único e especial.E todas as vezes que os conflitos surgirem,entender que nada é em vão,mas que a mente humana está presente no comportamento e se manifesta de muitas formas.




                                                                 FREUD EXPLICA!!!!


    



Para saber mais sobre o Pai da Psicanálise,leia!Vale a pena!!

  

        Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro.
              Sigmund Freud







quinta-feira, 1 de outubro de 2015

                  AS INFÂNCIAS E A MÍDIA INFANTIL  

Pensar em infância,ou melhor,em crianças,é pensar imediatamente em brincadeiras,imaginação,fantasias e novas descobertas.
Ser criança é estar em crescimento,em construção da autonomia,dos  valores e em constantes aprendizagens.
Criança é o pequeno ser humano que depende de um adulto autônomo e responsável,que lhe proporcione os cuidados necessários a sobrevivência e desenvolvimento saudável.E aí está o relevante papel dos pais,avós,cuidadores e educadores em respeitar e proteger estas crianças.
Embora o conceito de infância tem se tornado diverso devido ás bruscas mudanças da sociedade atual,e coloco isto não pensando em conceito etário,a criança de zero a doze anos,mas pensando em algo mais abrangente,como é e como pensa esta mesma criança,ainda se tem esta pequena pessoa como um ser em especial em nossa sociedade atual.
Neste semestre,fomos convidados a refletir,na interdisciplina Infâncias de 0 a 10 anos,o conceito de infância,como essa criança é vista em nossa sociedade atual,o que se pensa oferecer e ensinar a ela e em que adulto se transformará?
Vamos refletir esses tópicos através de algo muito presente e muitas vezes questionável,a mídia destinada ao público infantil,mais especificamente a televisão,veículo de soberania total em nossos dias atuais,
Vivemos em uma cultura totalmente consumista,infelizmente ter é mais importante que ser,e mais é mais importante do que melhor,onde se consome de forma absurda ou se sofre absurdamente por não poder de consumir.
Nas classes mais favorecidas,se percebe o impacto do mercado do consumo infantil: brinquedos do momento,roupas da moda,alimentos saborosos e cheios de surpresas.A sedução começa nos pais que cedem aos desejos dos filhos...Em contrapartida,nas classes menos favorecidas,existe a frustração de não ter tudo o que a tv ordena ter.
Tudo isso sem uma análise mais reflexiva das reais necessidades da criança em formação.
A poucos dias meu filho mais velho,Samuel,me questionava tristemente o porquê de eu não comprar um achocolatado que  dava forças para o esporte(Nescau),após ver a mídia mostrar um menino que vira um sofá.As crianças tendem a acreditar piamente naquilo que veem.O desejo louco de adquirir a massinha colorida Amoeba,devido a sua propaganda original com uma musiquinha que pega no ouvido e  de comer o incrível Danoninho,com sete vitaminas,capaz de substituir o consumo de carne.
Que tipo de criança se educa assim?Ou que criança é essa que consome tais coisas?
Cada vez mais vivemos o consumo despreocupado com a alimentação saudável,com as aprendizagens significativas,a construção de valores ou pelo menos,com as reais necessidades deste público.Sem falar na adultização desnecessária presente na mídia infantil.E as questões de gênero?Onde o rosa e o azul,o herói e a princesa, a fraldinha masculina e a feminina erguem as barreiras divisórias entre os sexos.
E pensar nos meus tempos de criança,onde os desenhos animados eram bem inocentes e todo mundo só queria mesmo era uma bicicleta...
Muito a se refletir,Como pais e educadores devemos saber conduzir a criança neste mundo comercial,estabelecendo as necessidades,elencando as prioridades,lembrando da sustentabilidade e construindo valores.




 

MAS NÃO DÁ PRA GENERALIZAR,GOSTEI MUITO DA PROPAGANDA DE UM PÃO QUE MOSTRA CRIANÇAS BRINCANDO,PRODUZINDO,SE DIVERTINDO E FAZENDO TRAQUINAGENS...BEM LEGAL!




  
   


domingo, 27 de setembro de 2015

              PORTFÓLIO DE APRENDIZAGEM:

    A IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE UM BLOG 


   



Reflexão é a chave de novas aprendizagens.No momento do conflito entre prática,novas informações teóricas sobre educação e a reflexão sobre este conflito é que conseguimos desenvolver novas aprendizagens sólidas e mudanças de práticas docentes diárias.No início do primeiro semestre do curso de pedagogia PEAD/UFRGS,veio a proposta da  criação de um portfólio de aprendizagem,um blog,onde temos a oportunidade de registrar os processos reflexivos vivenciados no curso.
Escrever sobre meus pensamentos acerca da educação,dúvidas,vivências de sucesso na trajetória docente ou até as situações conflituosas do cotidiano escolar,me ajuda a compreender meu papel de educadora,me faz refletir a cada novo saber adquirido e perceber o quanto tenho tido a chance de evoluir nesta caminhada.
 O meu sentimento a cada nova postagem aqui,é um miso de alegria,por estar compartilhando um novo saber,e superação,pois para cada nova postagem,existe muita leitura,esforço e reflexão sobre a prática,muitas vezes,a morte de velhos conceitos e paradigmas para o nascimento de novos olhares e pensamentos na prática pedagógica.
E compartilhar isto com as colegas então,é muito legal,traz uma alegria e motivação extras,que abrem as portas para aprender,refletir e continuar construindo novos saberes.
Aos professores e tutores do Seminário Integrador,deixo um agradecimento especial pela iniciativa e estimulação da construção deste instrumento tão valioso de aprendizagem no PEAD/UFRGS.
Aos amigos que me visitam aqui,um abraço e meu sincero agradecimento,por participar comigo de minhas aprendizagens e superações!
Abraço á todos e sejam sempre muito bem vindos!!

domingo, 20 de setembro de 2015

               E POR FALAR EM ALFABETIZAÇÃO...   

Iniciamos o segundo semestre do PEAD/UFRGS,com um assunto que inquieta educadores,pais e os estudantes que buscam desvendar e se apropriar da linguagem escrita.Alfabetização é o tema da vez...Mas temos o privilégio de tratar deste assunto com a maravilhosa professora Annamaria Rangel,que já no primeiro encontro,trouxe um encantamento especial pelo tema abordado. Ao relembrar a minha alfabetização,em uma escola estadual de Porto Alegre,em 1990,a sensação é de alegria.Tive um processo de alfabetização bem tradicional,baseado no método fonético,com a boa e velha cartilha,cuja as páginas vinham com muitas ilustrações e pequenos textos onde todas as palavras iniciavam com a mesma letra.Adorava encher linhas e pintar as páginas com desenhos vazados.A a letra A,primeira letra do meu nome,enfeitada com todos os materiais possíveis.Musiquinhas e histórias de todos os tipos.A professora Arlete,muito carinhosa e perfumada...boas lembranças!!Em outubro de 1990 eu estava,segundo ela,alfabética e ...de férias!!(terminei a cartilha em casa,curiosa pra saber o significado de algumas palavras,como xilofone,zabumba...)
Como alfabetizadora,apesar das orientações do curso normal,milhares de formações continuadas,Pacto pela Alfabetização na Idade Certa,muitas conversas e reflexões,ainda me sinto um pouco insegura,e não tenho vergonha de relatar.Alfabetizar,ou melhor,conduzir um processo de alfabetização e letramento,é algo muito sério,de tamanha responsabilidade.
Minhas experiências como tal,foram árduas,com sucesso,mas trabalhosas,lentas,com muito investimento e com resultados que poderiam ter sido melhores.Digo isto,porque fui muito feliz ao ver as crianças compreenderem o processo da alfabetização,mas muito infeliz,ao ver alunos que não chegaram lá...apesar de tudo que procurei mostrar...
Percebo,que para alguns alunos,principalmente aqueles,que desde muito cedo,já tem contato com o mundo escrito,ler e escrever é uma aquisição muito simples,enquanto para outros,é mais difícil,sendo o professor é o cerne do processo.
Assim foi,quando assumí uma turma de segundo ano,oriunda do Projeto de Alfabetização Alfa e Beto.Alunos com extremas defasagens,até mesmo na linguagem oral.A psicogênese de Emília Ferreiro Ana Teberoski estava em alta,e eu,um tanto ansiosa,praticava uma mistura de modelos de alfabetização,tentando atingir aquele grupo de todas as formas, e com muito esforço,obtive bons resultados.
Hoje tenho uma turma de educação infantil na rede privada.Busco proporcionar um ambiente letrado,a sala de aula com muitos recursos escritos,histórias e músicas diversas,motivo a linguagem adequada a faixa etária e espero que eu esteja fazendo a coisa certa...
Em relação a alfabetizar quero aprender,ensinar e aprender cada vez mais,e não esquecer,em nenhum momento que todas as crianças são capazes de aprender!!


"...A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual,por trás da mão que pega o lápis,dos olhos que olham,dos ouvidos que escutam,há uma criança que pensa"
                                                        Emília Ferreiro 

     
  




terça-feira, 15 de setembro de 2015

                            RECORDAR É VIVER:

                   MEMÓRIAS E ESQUECIMENTOS 

Que exercício maravilhoso é visitar nossas lembranças!
Ao lembrarmos de coisas boas de nossa vida,vivenciamos novamente os sentimentos e emoções daquele momento,trazendo uma alegria enorme.As lembranças ruins,trazem um certo aperto no peito,mas também traz a boca aquele gostinho de superação,pois como diz o velho ditado "o que não mata nos fortalece".
Tive uma infância muito feliz,as brincadeiras,as orientações da minha avó,as muitas risadas,cheiro de doce e a música Ursinho Pimpão são minhas primeiras recordações.Me lembro da minha escola,minha amada professora do jardim de infância Erotildes,meus coleguinhas.Minha adolescência muito bem vivida,nos passeios com meu namorado(hoje meu esposo) e os cultos da juventude na minha igreja...bons tempos!
Mas sei,que minhas melhores recordações são recentes e envolvem os meus queridos filhos...
 E como é bom compartilhar as lembranças! 
Assim,neste clima gostoso das memórias,tivemos a primeira aula da interdisciplina Escolarização,Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica,no eixo II do PEAD.
O texto Memórias e Identidades da professora Simone Valdete dos Santos,nos adverte a relevância das nossas memórias,e ainda a existência das memórias individuais e coletivas que podem interferir na formação cultural e política das sociedades.
Esta leitura traz a mídia como uma forte manipuladora das memórias coletivas e coloca a preocupação em manter intacta as preciosas memórias originais de cada cultura ou povo.
Falar de memórias,ou falar de esquecimentos é vivenciar a história.
Na educação,a história nos traz a construção,a evolução e os caminhos da instituição escola para as sociedades de ontem e de hoje.Assim nos faz conhecer que escola é essa que temos,como se constituiu através do tempo e que ideais de de evolução anseia.  
Para conhecer e ser escola temos que vivenciar as origens e sonhar o futuro!

  Um pouquinho de memória...

Os invernos gelados quando meus filhos eram bebês

Meu convite do curso normal...formatura inesquecível!



Lembrancinha do nascimento da minha filha Débora

Primeiro tip top do meu filho Samuel
 
Cartão de amor que ganhei do meu namorado,hoje meu esposo.

Meu jardim de infância,com minha primeira professora