terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

          Repensando a Postura e as Responsabilidades Docentes


O Estágio Curricular Obrigatório,embora não fosse minha primeira experiência docente,mas um momento de reconstrução e consolidação de um importante período de aprendizagens,exigiu de mim uma parada a reflexão,uma certa retomada da minha caminhada de trabalho.Mesmo exercendo a docência já algum tempo,no momento em que eu precisaria relacionar fortemente minha prática com os conhecimentos adquiridos,tendo em vista que eu teria uma supervisão de professores da Universidade para me apoiar,e inevitavelmente me avaliar,me senti motivada a refletir não só o meu trabalho,mas minha identidade,ou seja,minha postura profissional.




  



Sem dúvida,uma obra intensamente discutida e refletida durante o Curso de Pedagogia e que modificou e me fez repensar atitudes e intervenções do meu fazer docente, Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire,foi uma visita inevitável para apoiar este momento relevante.No quaro eixo do curso,me dediquei não só a refletir,mas registrar neste portfólio as ideias de Freire com relação a postura docente,as práticas que moldam e denunciam os objetivos que um professor deseja alcançar em seu trabalho  de educar. 

No momento de Estágio,cabe ressaltar que o professor-aluno precisa ter claro suas responsabilidades docentes,sabendo reconhecer os importantes sujeitos deste processo,levando-os em conta durante todo o planejamento e decorrer do trabalho desenvolvido.É preciso saber,que o objetivo do estágio é a prática pedagógica embasada nos teóricos da Educação,onde o professor-aluno consolidará suas aprendizagens.Os alunos são sujeitos importantes deste processo e devem ser respeitados como o centro de todo o trabalho docente,pois não são "cobaias" de uma prática,mas protagonistas.Assim como a instituição de ensino concedente de estágio,que deve comprometer-se na parceria deste trabalho,mas também colher frutos.E,principalmente,a supervisão de estágio,a Universidade,que presente e responsável por este momento,deve também ter alcançados os objetivos planejados.Sendo assim,os sujeitos do período de estágio são muitos,mas o professor-aluno,com sua prática,é o ápice deste evento."Ensinar exige estética e ética".

Nesta importante obra,Paulo Freire,caracteriza de forma clara,a postura docente e como se deve dar a prática pedagógica.Ele começa,como que,já motivando a nós professores-alunos,quando diz que "Não há docência,sem discência",ou seja temos que buscar aprender,refletir,embasar as intervenções em referenciais teóricos consistentes,tendo a ideia que não sabemos tudo."Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender",Trazendo ainda,que é preciso ao professor ter a ideia do inacabamento.

Entre o saber feito de pura experiência e o resultante dos procedimentos metodicamente rigorosos, não há uma ruptura, mas uma superação que se dá na medida em que a curiosidade ingênua, associada ao saber do senso comum, vai sendo substituída pela curiosidade crítica ou epistemológica que se rigoriza metodicamente.

"Ensinar não é transferir conhecimentos,mas criar possibilidades ao aluno,para sua própria construção"(FREIRE,1996),é a máxima que motivou esta minha caminhada neste importante período de trabalho.A o pensar nas aprendizagens da educação infantil,nas propostas de atividade que possibilitavam a reflexão e a construção e em todo o projeto de trabalho em si,era o ponto que me garantia que estava no caminho certo.

O processo de planejar,aplicar e refletir sobre o trabalho e as intervenções realizadas,permite ao professor se reconstruir,percebendo os avanços e as atitudes que podem ser aperfeiçoadas em relação a mediação das construções cognitivas realizadas em sala de aula.Esse é um importante ponto do período de estágio,assim como o registro de todas essas situações de aprendizagem ou situações problema,que produzem busca teórica e reflexão,reconstruindo o fazer docente."Educar exige reflexão crítica sobre a prática".

A pesquisa,a esperança,comprometimento,curiosidade,respeito aos saberes do educando e tantos outros pontos trazidos por Freire nesta ocasião,me foram de extrema valia no embasamento das reflexões e fazer docente durante o período de estágio curricular e em toda a minha formação profissional.





  FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.









Nenhum comentário:

Postar um comentário